A greve da função pública, marcada pela Frente Comum para hoje, começou ao final da noite de quinta-feira também nos hospitais.
Em comunicado, o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar afirmou que se “solidariza com esta ação reivindicativa” e apelou à adesão de todos os membros.
A Frente Comum (CGTP) reivindica aumentos de 90 euros para todos os trabalhadores e um salário mínimo de 850 euros na administração pública, mas o Governo vai fazer uma atualização salarial de 0,9%.
Na quarta-feira, realizou-se uma nova ronda negocial com a equipa do Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública, mas o Governo não alterou a sua proposta, estando agendada nova reunião para a próxima semana.
Na quinta-feira, o coordenador da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, Sebastião Santana, disse à Lusa que “os motivos para a greve” se mantinham.
“O Governo não nos deixa alternativa porque não resolve os problemas dos trabalhadores, porque não quer”, considerou Sebastião Santana.
O sindicalista disse ainda acreditar que “a luta de [hoje] vai certamente levar o Governo a perceber os erros que tem cometido e ainda vai a tempo de mudar de atitude”.
Segundo o líder da Frente Comum, os efeitos da paralisação deverão ser mais visíveis nos serviços com atendimento ao público, como a saúde e a segurança social.
Como é habitual, a greve deverá levar ao encerramento de muitas escolas por todo o país, afirmou ainda Sebastião Santana.
O sindicalista lembrou que esta é uma greve de todos os trabalhadores da Administração Pública, porque tem a ver com a falta de resposta do Governo à proposta reivindicativa comum que a estrutura sindical apresentou ao executivo socialista, e que inclui aumentos salariais, revisão de carreiras e do sistema de avaliação.
“Existe uma predisposição geral para a greve porque os problemas para os quais exigimos resposta são comuns a todos os trabalhadores”, disse Sebastião Santana.
A Federação dos Sindicatos da Administração Pública (UGT) também tinha marcado uma greve para hoje contra a desvalorização dos salários e carreiras da Administração Pública, mas desmarcou-a na semana passada, face ao cenário de dissolução da Assembleia da República, por entender que “a mobilização dos trabalhadores deve ser aproveitada para um momento mais adequado”, nomeadamente para a discussão do futuro Orçamento do Estado para 2022, caso não seja melhor do que aquele que foi chumbado.