O candidato pelo CHEGA à Câmara Municipal de Oliveira do Hospital disse, hoje, que não vê “perspetiva de futuro” no concelho e que se candidata com a prioridade de “criar emprego”. Em entrevista à Rádio Boa Nova, no fecho do ciclo de entrevistas Autárquicas 2021, António José Cardoso referiu que se identifica com grande parte do que o CHEGA diz, defendendo “o trabalho e não a subsidiodependência como a Câmara tem feito”.
Nesta matéria critica o candidato do PS, considerando que não lhe interessa ter “uma zona industrial parada e outra desocupada, quando poderia ter uma empresa com 250 postos de trabalho que José Francisco Rolo e o executivo boicotaram em 2016/2017”. Critica o anúncio de uma terceira zona industrial em Nogueira do Cravo, considerando que mais importante do que a criação de lotes é a criação de postos de trabalho.
Na entrevista à Rádio Boa Nova, António José Cardoso reagiu à polémica do recibo que envolve a Liga de Melhoramentos de Aldeia do Nogueira, de que foi dirigente, acusando José Carlos Alexandrino de “perseguição e de vingança”. O candidato pelo CHEGA foi ainda cáustico em relação ao candidato da coligação PSD/CDS-PP, Francisco Rodrigues e o candidato pelo PS, José Francisco Rolo. António José Cardoso avisou que o CHEGA “veio para ficar”, e “poderá ser uma agradável surpresa”.
“O CHEGA existe, a nível local, há cerca de meio ano. O crescimento do CHEGA em Oliveira é igual ao que acontece no país. Não lhe vou dizer que me identifico com tudo do CHEGA, identifico-me com grande parte do que o CHEGA diz. Venho da área empresarial, sou diretor de operações industriais, defendo o trabalho, não defendo a subsidiodependência, que é algo que nossa Câmara tem feito. Defendemos o trabalho, a vida pelo trabalho. Defendo uma economia forte, alicerçada na indústria e no turismo na devida medida.
Não me revejo naquilo que foi feito, nos últimos anos à indústria local. Foi claramente abandonar e destruir o que existe.
Há alguma militância política no PS até 2011. Saio em 2011. Não me revia naquilo que era o PS, na altura liderado por José Francisco Rolo. Acho estranho que venha dizer na entrevista que não me conhece. Acho que é falta de respeito. É falta de capacidade, na altura, para liderar uma concelhia. Pessoas que deviam ter sido expulsas do PS e não foram … só tinha uma atitude a fazer que era sair . Não era naquele grupo de pessoas que eu queria estar e entendi sair.
Aceitei o desafio para a Comissão de Trabalho do CHEGA em Oliveira do Hospital. Entendo isso como voto de confiança. Espero estar à altura. Estou preparado para isso, pela experiência profissional que tenho. Conheço alguns meandros da Câmara Municipal, conheço os candidatos, pelo menos dois, não conheço tão bem o João Dinis (CDU).
O que me leva a isto tudo é uma motivação. Tenho 47 anos, tenho dois filhos. Há muitas pessoas que se reveem no Tó Zé. Não vemos perspetivas de futuro aqui. Eu profissionalmente, durante a semana, estou fora da região, estou cá ao fim de semana. Mas, diariamente sou responsável por duas centenas de postos de trabalho em Oliveira do Hospital. Há um ano, era responsável por cerca de mil postos de trabalho na minha terra, ninguém falou nisso.
O Tó Zé Cardoso não apareceu agora. Tenho capacidades, vamos ver se os oliveirenses querem ou não a mudança.
(Caso do recibo): Não existiu nenhum crime. O que existiu pura e simplesmente é que houve um recibo que foi passado à Junta de Freguesia no valor de 100 Euros e, internamente, a direção de que eu era presidente escreveu no recibo (na cópia) aquilo a que se referia. O Tribunal veio-nos dar razão. É falta de ética da parte do presidente da Câmara aquilo que fez durante quatro, cinco, seis anos, a perseguição que me fez a todos os níveis. É uma pessoa vingativa, sem escrúpulos, que não tem ética. A título pessoal afirmo, tenho provas disso e para o julgar dessa forma. Em 2013, o professor José Calos Alexandrino convida-me várias vezes para trabalhar na Câmara Municipal. Eu na altura trabalhava em S. João da Madeira e, por razões óbvias não aceitei. Já em 2012, o professor José Carlos Alexandrino dizia que não tinha confiança no Dr. Francisco Rodrigues. Convida-me para trabalhar na Câmara, como diretor operacional para substituir o Dr. Francisco Rodrigues, penso que as pessoas conhecem esta história. Em 2014, eu saí da empresa onde estava, fiquei desempregado e fui convidado e estive quatro dias na Câmara Municipal, num processo em que a Câmara faz uma redação errada de um contrato e que leva a que três meses depois o mesmo seja cancelado. Depois, o professor José Carlos Alexandrino vem reconhecer o erro e pedir desculpas. A minha função era como responsável operacional da Câmara, estava no estaleiro municipal e o objetivo era retirar ao Dr. Francisco Rodrigues toda a operacionalidade do dia a dia da Câmara.
O Dr. Francisco Rodrigues veio dizer na entrevista: eu, eu ,eu. Ele trabalha sozinho por acaso, ele não tem uma equipa. Eu lidero diariamente cerca de mil pessoas e nunca digo eu, é a minha equipa. É a antítese do que é ser um líder.
Neste momento, o professor José Carlos Alexandrino é um assunto morto. Já não conta para o totobola. É uma fuga para a frente.
O candidato do PS, claro que me conhece e toda a gente sabe. Não sei qual é a ideia sinceramente. Qual é o objetivo? É ignorar o CHEGA?
Eles deviam estar mais atentos, tanto o PS como o PSD, porque o CHEGA veio para ficar. É seguramente, neste momento, a terceira força política do concelho e poderá ser uma agradável surpresa.
Dinamizar e criar emprego. Lamento que haja pessoas como o Dr. José Francisco Rolo que vem falar do que não sabe e devia estar calado. O que me interessa a mim que tenha uma zona industrial parada, outra desocupada, onde podia ter uma empresa com 250 postos de trabalho, que ele e executivo boicotaram em 2016/2017.
Ninguém consegue ter uma estabilidade pessoal se não tiver emprego, trabalho, uma família. Esses também são os princípios básicos do CHEGA.
Como é que se vem anunciar uma terceira zona industrial em Nogueira do Cravo, quando não se termina uma, não se ocupa outra. E uma lição para o Dr. José Francisco Rolo: uma zona industrial e criação de emprego mede-se pela criação de postos de trabalho, não é pela criação de lotes. O lote pode não ter nenhum trabalhador.
Em 2009, quando o professor José Carlos Alexandrino era candidato, empreguei umas centenas de pessoas do concelho nos Aquinos. Em 2016, estou em Canas de Senhorim, criam-se 250 postos de trabalho, num projeto com a Auto Europa, da área automóvel e, em 2018, quando estivemos no tribunal sobre este assunto (recibo), o professor José Carlos Alexandrino diz-me que não quer empresas no concelho que tenham valor acrescentado, para não desequilibrar a ordem que está instituída. A segunda figura do executivo prefere apoiar cerca de 300 pessoas que estão no Rendimento Social de Inserção, que poderiam estar muito bem a trabalhar. Temos fábricas a pedir pessoas para trabalhar e não têm.
É possível criar um emprego por dia em Oliveira do Hospital. São 1500 postos de trabalho em quatro anos. Já há alguns contactos para trazer empresas para Oliveira do Hospital, que podiam ter vindo no passado. Empresas da área automóvel, tecnológica e do próprio têxtil que em seis meses subiu 17 por cento.
O professor José Carlos Alexandrino não tem a capacidade de trazer investimento.
A área essencial da candidatura é a criação de emprego, emprego de qualidade, atrair populações. É uma vergonha em 150 anos de Censos que existem, nunca este concelho perdeu tanta população como nos últimos 10 anos. Não há emprego e as pessoas têm que emigrar. Eu sou exemplo disso. Há 12 anos que trabalho fora do meu concelho, em S. João da Madeira. Famalicão e Paços de Ferreira.
A Câmara está a fazer obras de fachada. O professor Carlos Carvalheira disse um dia que se demitia. Há duas coisas que ainda estão no mesmo sítio, uma é o amianto, outra é ele. Se tivesse vergonha já se tinha demitido. Foi aquilo que disse aos pais. A Casa da Cultura, é preciso tanto tempo para se fazer uma obra? Não será um trabalho eleitoralista, para inaugurar antes das eleições, para mostrar trabalho feito? Será que somos todos totós? Há 12 anos ou mais que se fala na requalificação da Zona Histórica. E vai-se fazer agora em cima das eleições?
É possível fazer melhor. Uma Câmara tem que trabalhar com planeamento, a Câmara Municipal, neste momento, navega à vista. As pessoas têm que saber o que se vai fazer, como se vai fazer. As verbas existem.
Distribuir propaganda do PS na feira municipal é crime, é falta de respeito por quem lhe paga o salário. Moralmente é correto? eles são pagos para cumprir horário. O Dr. José Francisco Rolo não é capaz de cumprir horários, não é organizado. E quer ser presidente da Câmara? E diz que está preparado? Alguém que anda 20 anos para se preparar para uma função. Eu duvido, acho estranho.
O CHEGA quer um turismo sustentável e a promoção de um espaço como a Bobadela. A Câmara sabe dizer quantos visitantes temos por ano na Bobadela? Não sabe.
Os grandes políticos aparecem depois das catástrofes. Tiveram a oportunidade de organizar todo o concelho a nível ambiental, paisagístico e não foi feito nada. Foram-se plantar umas árvores e tirar uma fotografias. Já as lá foram regar? Eu não quero 120 mil árvores, quero 12 milhões. Porque é que não se cria um viveiro florestal e se começa a reflorestar? Porque é qua não se utiliza o cadastro que foi feito e se notificam os proprietários.
É o tojo e a giesta do monte que têm alguma utilidade, como veio dizer a BLC3, que é uma instituição em que é muito pouco clara a ligação coma Câmara. Quantos litros de biodiesel já produziu? Alguém sabe? Não produziu nenhum.
A Câmara não sabe quais sãos empresas que poluem o rio Seia e o rio Cobral?
O Município tem excelentes profissionais e excelentes técnicos. O que está mal no Município são aquelas pessoas que gravitam à volta do poder e que eu identifiquei como os parasitas. O CHEGA é completamente contra isso.
Nós defendemos a abertura do Centro de Saúde, a criação das Unidades de Saúde Familiar e a criação de uma Unidade Básica de Urgência.
Não entendo que pessoas sejam ameaçadas, inclusive à minha frente. Mas já ultrapassámos (isso). As listas estão fechadas. Não é possível ir a todas as juntas de freguesia, porque não há massa humana .
José Carlos Nogueira, cabeça de lista à Assembleia Municipal, é uma pessoa conhecida com uma experiência imensa. Temos lista para a Câmara Municipal com pessoas com provas dadas, jovens. Ontem também foi anunciada o Igor Klimenko como responsável financeiro da campanha.
A Bobadela terá candidato, Luís Filipe Ricardo, o Ervedal com Micael Marques, Santa Ovaia e Vila Pouca , com Rui Catarino e em Oliveira do Hospital, o Pedro Cruz. São essencialmente jovens. Temos pessoas isoladas de outras freguesias que estão na lista para a Assembleia Municipal.
Não temos nada contra os professor, mas não tem uma equipa da Câmara de ser constituída só por professores? Devemos ter equipas de todas as áreas.
O CHEGA pode ser a força de decisão nisto tudo. Acredito que vamos ter juntas de freguesia, ter pessoas nas Assembleias de Freguesia, na Assembleia Municipal e que, também, iremos ter um elemento ou dois no executivo da Câmara Municipal.
Estou preparado. tenho experiência pessoal, profissional e capacidade. temos que mudar para algo novo. Dar uma imagem diferente do concelho. Os incêndios, os furacões e a pandemia não São desculpa para nada. Temos que olhar para a frente. Isso já passou.
Nós não nos vamos esconder atrás de um outdoor que custa milhares de Euros. É ofensivo. Vamos dar a cara às pessoas. Tudo o que for feito de merchandising será pago pelos militantes e pessoas que vão nas listas. Aquilo no Senhor das Almas, não havia necessidade. É uma provocação. Cara a cara, redes sociais e o panfletozinho.
Somos contra o Mega Agrupamento (Campus Educativo). Mudar o Politécnico para a escola primária, isto é baralha e volta a dar!
O FCOH vai jogar para Tábua. Não há planeamento. Deveria ter sido mantido o relvado natural.
A construção do Multiusos! É tempo. O que se gastou com aluguer de tendas dava para construir um multiusos“
Veja ou reveja a entrevista na íntegra: