A Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Oliveira do Hospital (CPCJ) acompanha, neste momento, 74 crianças e jovens, em que as principais problemáticas associadas são a exposição a ambientes de violência doméstica, consumos e negligência.
O ponto de situação foi feito esta manhã, na Rádio Boa Nova, pelo presidente da CPCJ, José Francisco Rolo, quando fazia um balanço das ações desenvolvidas em Abril- Mês da Prevenção dos Maus Tratos na Infância, em que decorreu a campanha do Laço Azul “Serei o que me deres… Que seja AMOR” , que mobilizou vários parceiros.
A tomar por base dados até ao dia 4 de maio, o José Francisco Rolo que é também vice-presidente do Município de Oliveira do Hospital e responsável pelo pelouro da Ação Social, informou que, no momento, a estrutura está a “acompanhar 74 crianças”, explicando que do ano passado transitaram 83 casos, sendo que neste ano foram abertos 12 processos e foram arquivados 34 processos “porque se permitiu ultrapassar a razão da sinalização”.
Entre as “principais problemáticas que põem em causa o bem-estar das crianças” está “a exposição a violência doméstica, a que não será estranho o momento de confinamento que vivemos desde março de 2020”. “A violência doméstica nem sempre é violência física, muitas vezes estamos a falar de discussões, linguagem agressiva, ambientes tensos que, muitas vezes, por intervenção da GNR, são sinalizados à CPCJ”, explicou José Francisco Rolo.
Seguem-se “os comportamentos desviantes”, nomeadamente “os consumos, seja de bebidas, seja de outras substâncias”. “De assinalar, pela positiva, que há uma tendência de descida em termos de consumos”, notou o presidente da CPCJ que também sinaliza o absentismo e abandono escolar, ainda que “com uma tendência descendente”. José Francisco Rolo revelou que no grupo de maior risco, que era dos 11 aos 17 anos, “agora tem havido uma tendência de redução do número de casos”.
À CPCJ preocupa “muito a questão da negligência, que também está muito centrada na questão dos bebés, dos 0 aos 2 anos”. “Tem a ver com o cuidar deles, o seu bem-estar pós nascimento”, explicou, notando ainda que o grupo dos “6 aos 10 anos é, neste momento, o grupo etário com o qual temos que nos preocupar”, tratando-se de “alunos do 1º ciclo”, muito por força “do confinamento que é uma experiência única e para o a qual ninguém estava preparado”. “Nós estamos em confinamento há um ano e muitos estiveram meses a fio confinados a casa”, observou.
Esta manhã, o presidente da CPCJ apreciou o empenho da equipa que constitui a estrutura, que “nunca esteve em teletrabalho”. A agradecer o empenho das escolas e das IPSS, o responsável agradece de forma particular “aos membros da CPCJ restrita e alargada”. Em período de confinamento, a estrutura que zela pela segurança e bem estar de crianças e jovens, atingiu o pico das “150 crianças” em acompanhamento. “Tivemos um pico acima dos 150 crianças em período de confinamento. Privilegiámos o contacto telefónico, mas sempre que necessário fazíamos visita domiciliária, sempre numa lógica de que todos queriam proteger a sua saúde e nós também queríamos a proteger a saúde dos outros”, frisou.
Pese embora o confinamento, “nenhuma família deixou de ser atendida porque a equipa estava em teletrabalho”. “Isto é relevante para demonstrar que é bom existirem entidades com este grau de intervenção e com a disponibilidade intelectual e postura de responsabilidade cívica. Como presidente da CPCJ, em final de mandato, é um trabalho que quero agradecer”, concluiu José Francisco Rolo.
No balanço das atividades desenvolvidas em Abril – Mês da Prevenção de Maus Tratos na Infância (Campanha Laço Azul) participaram, para além de José Francisco Rolo (presidente da CPCJ), Carla Camacho (secretária da CPCJ) e Manuela Pinto (representante da Educação na CPCJ).
Se sabe de algum caso de abuso/mau trato a crianças e jovens ligue: 96 123 11 11 (Linha Crianças em Perigo)
Aceda aqui ao Hino Oficial da Campanha Laço Azul 2021 – Oliveira do Hospital
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