A Câmara Municipal de Viseu e a Proteção Civil Municipal vão pedir, novamente, a suspensão das aulas presenciais nas escolas do concelho para os alunos do terceiro ciclo e do ensino secundário. A decisão foi anunciada terça-feira (19 de janeiro), na última reunião da Comissão Municipal de Proteção Civil.
O município já tinha feito este pedido à Direção-Geral da Saúde no início de janeiro, tendo sido rejeitado. Agora, face ao aumento significativo de casos de Covid-19, a autarquia e a Proteção Civil de Viseu querem que a suspensão vigore durante 15 dias, sendo que as aulas passariam a funcionar à distância, com posterior avaliação.
Segundo refere em comunicado a Câmara, este novo pedido é justificado pelos números de Covid-19 nas escolas de Viseu. Segundo a autoridade de saúde e os próprios estabelecimentos de ensino, há registo de cerca de 150 alunos infetados e 2.500 em isolamento, o que representa cerca de 100 turmas em confinamento, assim como casos detetados em dezenas de professores e funcionários não-docentes e também em familiares de alunos.
“Muitos estabelecimentos só estão a funcionar aparentemente, com alunos em regime presencial, outros à distância, professores e auxiliares infetados. Todos – alunos, professores e auxiliares – são potenciais agentes portadores de, e, para as escolas e famílias. Acresce que os 18.000 alunos do concelho representam um movimento pendular diário de cerca de 30.000 pessoas, num concelho com cerca de 100.000 habitantes, e muitos entre concelhos com transmissão ativa muito grave”, argumentam as autoridades de Viseu.
Os dados foram conhecidos numa altura em que as autoridades acreditam que Viseu já está sob risco extremo de contágio, com um índice de 1.447 casos por 100.000 habitantes. Já na região Dão Lafões, onde Viseu está integrado, regista-se uma média de 1.800 casos por 100.000 habitantes.
A Comissão Municipal de Proteção Civil reuniu-se terça-feira para avaliar a situação pandémica em Viseu e o impacto nas escolas, tendo contado com a presença de representantes de todos os agrupamentos de escolas, escolas secundárias, escolas profissionais e escolas privadas do concelho, que assumiram na reunião que o direito à educação não está assegurado nesta altura de agravamento da pandemia.
A autarquia de Viseu revela ainda que, só nos primeiros 15 dias de janeiro, foram registados mais casos do que em todo o mês de dezembro na capital do distrito.
“É fundamental minimizar a transmissão comunitária ativa e aliviar a pressão existente nos Serviços de Saúde, nomeadamente, na capacidade esgotada da Autoridade de Saúde local no que diz respeito ao estudo epidemiológico das cadeias de transmissão e na situação de rutura vivida no Centro Hospitalar Tondela-Viseu. Apesar de estar em funcionamento um Hospital de Campanha, o CHTV continua com uma pressão crescente de casos”, refere o município liderado por Almeida Henriques, admitindo “a tomada de medidas imediatas e drásticas com vista à minimização da transmissão comunitária”.
No Hospital de Viseu, há agora registo de 219 internados Covid, dos quais 16 nos cuidados intensivos.
Fonte: Jornal do Centro