A Crioestaminal, pioneira no serviço de criopreservação de células estaminais em Portugal, inaugura hoje uma nova infraestrutura que permitirá a “produção de medicamentos para ensaios clínicos…
… e terapias experimentais em diversas áreas da Medicina, e abre a possibilidade de integrar consórcios internacionais na área das terapias celulares”.
Segundo comunicado enviado à Rádio Boa Nova, esta nova unidade de produção permitirá tirar partido de todo o potencial das células estaminais e tornar-se uma referência na Europa.
A nova unidade de produção de medicamentos de terapia celular é composta por três salas que cumprem os padrões exigidos pela norma ISO 14644 e pela diretiva GMP – Good Manufacturing Practice, e permite a produção, preparação e manuseamento de produtos médicos ou biotecnológicos para uso em humanos. O projeto tem como objetivo a produção deste tipo de medicamentos e explorar o potencial terapêutico das células estaminais, quer das células estaminais mesenquimais (do tecido do cordão umbilical e do tecido adiposo), em doenças autoimunes, quer das células do sangue do cordão umbilical na área da pediatria do desenvolvimento.
“Este projeto é uma aposta na valorização do conhecimento, da ciência e dos nossos colaboradores altamente qualificados. Investir de forma sustentada no desenvolvimento da medicina do futuro, uma medicina preventiva e personalizada, é algo em que acreditamos e que temos vindo a fazer ao longo dos últimos 15 anos. Esta infraestrutura vai-nos permitir produzir medicamentos inovadores para doenças atualmente sem tratamento. Queremos aumentar não só a competitividade da empresa como a competitividade do nosso País num setor de ponta como é o da biotecnologia”, afirma André Gomes, Diretor-Geral da Crioestaminal.
Com o investimento nestas novas salas, foi já possível dar início ao projeto Stroke Terapy, que através de células estaminais poderá permitir a recuperação de doentes que sofreram acidentes vasculares cerebrais (AVC) isquémicos agudos. Também possibilitou o desenvolvimento de um medicamento experimental à base de células estaminais expandidas para tratar doentes mais graves com infeção por SARS-CoV-2 e o arranque do projeto RescueCord, que visa o fabrico de um novo produto de terapia celular a partir de sangue do cordão umbilical autólogo para a aplicação clínica em recém-nascidos com encefalopatia hipóxico-isquémica.
Esta aposta surge na sequência de projetos anteriormente desenvolvidos em parceria com universidades portuguesas, dos quais já resultaram quatro patentes para novas aplicações – na área do cancro, cardiovascular ou pé diabético. Esta nova infraestrutura conta com uma área de 150 metros quadrados e representa um investimento de 1 milhão de euros. A inauguração contou com a presença da Ex.ª Senhora Ministra da Coesão Territorial, Professora Doutora Ana Abrunhosa.
A Crioestaminal, além de disponibilizar a todas as famílias a possibilidade de guardar as células estaminais do cordão umbilical, tem-se também dedicado ao desenvolvimento de um conjunto de projetos de I&D que visam alargar a aplicação clínica das células estaminais, contribuindo assim para promover o setor e aumentar as potencialidades das células estaminais.