O Primeiro-ministro aconselha a que se sigam as recomendações da Direção Geral de Saúde (DGS) “sem dramatização e sem pânicos”. Se vier a ser necessário fechar…
… fronteiras na União Europeia, assegurou Costa, “não vai ser segredo”.
Lembrando que até agora, “felizmente”, não há nenhum caso confirmado que tenha dado positivo em Portugal, António Costa assegurou, esta quinta-feira, que o país tem vindo a adotar “as medidas para dar resposta quando se verificar um caso confirmado”.
“Até lá, temos de nos concentrar em cumprir as instruções da DGS”, disse, em declarações aos jornalistas em Brangança, à margem do programa ‘Governo mais próximo’.
E as recomendações, vale recordar, “lavar frequentemente as mãos, evitar mexer nos olhos, no nariz e na boca”. Além disso, “termos agora uma maior distância social uns com os outros”, acrescentou.
“Creio que todos temos de estar cientes que com o grau de expansão que o vírus tem tido, até agora temos tido a felicidade de nenhum caso positivo se ter verificado, mais tarde ou mais cedo algum caso positivo se vai verificar”, reconheceu o primeiro-ministro.
Nesse sentido, insistiu que aquilo com que “temos de nos preocupar é em tomarmos as medidas sem dramatização, sem pânicos, mas para evitar que, negligentemente, possamos ser transmissores”.
Quanto a outras medidas mais restritivas, o chefe do Executivo afirmou que “aquilo que tem vindo a ser feito, de acordo com as instruções da Organização Mundial de Saúde e da coordenação no quadro da UE, é que as medidas serão adotadas à medida do necessário e proporcionalmente às necessidades”.
No momento em que não temos ainda nenhum caso verificado, defendeu Costa, “não se justifica, por exemplo, estar a encerrar escolas ou medidas do género”, deixando a garantia: “Temos tudo preparado para adotar as medidas que vierem a ser necessárias em função do que vier a ser necessário”.
Fechar fronteiras? “Se vier a ser necessário, não vai ser segredo”
E é hipótese fechar as fronteiras caso os casos comecem a aumentar? “A UE está a monitorizar permanentemente essa situação, e até agora não se verificam os pressupostos que justificam qualquer encerramento de fronteiras”, declarou o primeiro-ministro.
“Nos termos do tratado de Schegen, que regula a circulação no espaço da UE, uma das situações que pode justificar o encerramento de fronteiras é precisamente a contenção dos riscos de expansão de epidemias”, disse Costa, reforçando que, neste momento, não se verifica essa situação, e por isso, “até agora nenhum país da UE fechou fronteiras, e neste momento, não está previsto”. “Se vier a ser necessário, garanto que não vai ser segredo”, assegurou.
Questionado sobre a controlo da temperatura no aeroporto, que em Portugal não está a ser feito, o primeiro-ministro lembrou que “essa medida não tem sido recomendada pelas organizações internacionais porque, além do mais, pode induzir muito em erro”. “É uma medida que pode ser muito enganadora. Primeiro, porque podemos ter febre por outra motivo qualquer, segundo, podemos estar contaminados e não ter febre”, defendeu.
António Costa terminou assegurando que estão a ser seguidas as boas prática, pedindo que se atue consoante essas mesmas medidas mas sem pânico. “Há uma coordenação internacional que tem vindo a ser adotada, identificando quais são as boas práticas e o que é que cada país deve fazer. E é assim que cada país deve agir, sem pânicos desnecessários, mas também sem a inconsciência de não perceber que há, obviamente, o risco e que não estamos num planeta diferente do planeta Terra. Vivemos num sítio onde existe esse risco”, rematou.
Recorde-se que Portugal continua sem nenhum caso confirmado de infeção por Covid-19, estando, nesta altura, sete casos sob avaliação. A nível mundial, sobretudo na China, o número de mortos aproxima-se dos 3 mil.