As festividades em honra do padroeiro regressaram em força à Vila de Tábua. A recuperar o modelo habitual, depois de dois anos de interregno, a festa voltou a atrair uma “multidão”.
A “enorme recetividade” das pessoas à Festa de N. Sr. dos Milagres não deixa margens para dúvidas. O evento que decorreu de 3 a 6 de junho foi “espetacular”. Carlos Abreu, membro da Comissão de Festas que é presidida pelo pároco tabuense Manuel da Silva Paiva, sentiu que “toda a gente estava à espera da primeira festa”, após os dois anos em que a festa ficou reduzida às celebrações online e à procissão em viatura.
Afinal, esta é a festa religiosa da Vila, de “grande importância” e que ao longo dos anos tem criado um “grande impacto”. “São festividades que tocam toda a gente de uma forma ou de outra”, referiu o responsável ao Notícias de Tábua, notando que à festa acorrem “pessoas de Lisboa e de outros pontos do país de propósito”. A procissão de velas e a aposta na missa campal, seguida de procissão, são grandes motivos de interesse. “Esta já é uma data que começa a ser escolhida para as pessoas visitarem os familiares e sentirem que os apoios que têm dado estão visíveis”, adiantou.
Carlos Abreu refere-se à Capela de N. Sr. dos Milagres que é para si o “ex-líbris” da Vila de Tábua e que, nos últimos anos, tem sofrido “muitas melhorias”. A isso se propôs a atual Comissão de Festas, em funções desde 2013, ainda que “com a saída e entrada de elementos”. Tem-se mantido a “coluna dorsal, com um determinado número de elementos que foram fazendo e criaram objetivos que foram sendo concretizados de ano a ano”.
No ano de 2013, o valor angariado destinou-se à Casa Mortuária da Vila, dando dignidade a uma situação que estava mal apresentada”. Desde aí, as verbas têm sido aplicadas na recuperação e preservação da Capela. “De 2013 a 2019 foram investidos cerca de 70 mil Euros na Capela de N. Sr. dos Milagres”, adiantou Carlos Abreu, notando que todo o dinheiro teve a mesma proveniência: “os tabuenses e pessoas amigas”.
À recuperação dos altares de menor dimensão, seguiu-se o restauro do arco em pedra, o restauro do teto que “tinha uma racha desde o tempo do terramoto”, e também do Altar Mor que “foi a obra mais cara com restauro de talha e de todos os elementos”. Também cinco pinturas que se encontravam na sacristia foram restauradas.
Nos anos de 2020 e 2021 os gastos foram ao nível da manutenção do espaço. Mas agora impõe-se a recuperação do telhado da Capela, que sofreu grandes estragos devido ao mau tempo do último ano, e que “está a pôr em causa o trabalho que já foi feito no interior”.
Realizada a Festa de N. Sr. dos Milagres o “próximo passo” é o da prestação de contas, a que se vai seguir a apresentação de orçamento para o arranjo do telhado. Outro dos objetivos da Comissão de Festas é o de restaurar as portas da Capela, carecendo primeiro de aval da Direção Regional da Cultura.
“Esperamos ainda, se for possível, fazer a pintura externa da Capela, que ficaria totalmente recuperada”, partilhou Carlos Abreu, sublinhando o apoio que também tem sido pela Câmara Municipal de Tábua.
Gerente bancário, com 52 anos, Carlos Abreu é um entusiasta da Festa de N. Sr. dos Milagres e um defensor da Capela. Habituado a trabalhar em equipa, destaca o empenho de todos os envolvidos nesta festividade, seja nos dias anteriores, seja nos dias seguintes, em que é preciso deixar tudo limpo e arrumado.