O concelho de Oliveira do Hospital desceu dois níveis no risco de contágio por Covid-19, passando de “vermelho para amarelo em cinco dias”. A descida da taxa de contágio é “de 10 por cento” e média diária é agora de “dois, três novos infetados por dia”.
Os dados foram partilhados esta tarde, na Rádio Boa Nova, pelo especialista Carlos Antunes no espaço de análise à pandemia da Covid-19. Natural do concelho de Oliveira do Hospital, o professor e investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que estuda o comportamento da pandemia no país, disse hoje que no concelho “foi tão rápida a descida que, em cinco dias, passou de vermelho para amarelo”.
“Esta semana Oliveira do Hospital foi ainda classificada em nível extremamente elevado com 1044 casos por 100 mil habitantes, mas isso reportava a dia 9 de fevereiro. No dia 10 já tinha só 951, ou seja, se a revisão tivesse sido feita no dia 10, Oliveira do Hospital já estaria no nível laranja”, explicou Carlos Antunes, notando que “ao dia 15 já estava em nível amarelo com 457, ou seja abaixo dos 480 casos por 100 mil”.
A tomar por base os dados, Carlos Antunes está em crer que “para a semana o mapa colocará Oliveira do Hospital em nível amarelo”. “Em termos reais está já a nível amarelo, abaixo dos 480 casos e com descida acentuada com uma taxa de descida na ordem dos 10 por cento”, o que quer dizer que “a sete dias reduz para metade”. Pelas contas do especialista “daqui a sete dias, Oliveira do Hospital vai ter 220 (por 100 mil habitantes) e, passados mais sete dias, vai passar para 120”.
Este é o resultado que Oliveira do Hospital “está a conseguir, como muitos outros concelhos”. Na Rádio Boa Nova, o especialista recordou que no concelho, “o pico foi a 25 de janeiro”, adiantando que, à data, regista “uma média de dois, três novos infetados por dia”. “Está a estabilizar. Esse nível é difícil de diminuir”, considerou.
Portugueses não se podem descuidar e permitir uma quarta vaga que “venha novamente inundar os internamentos hospitalares”
Hoje o país registou mais 1944 casos de Covid-19 e mais 105 óbitos, que traduzem uma diminuição do número de casos e óbitos diários. Com os portugueses em confinamento, o especialista acredita que antes do final do mês “ficaremos abaixo dos 100 óbitos”, atingindo “níveis pré Natal, abaixo dos 70 óbitos por dia”, melhorando assim as perspetivas do número acumulado de óbitos, até meados de março, período “em que perfazemos um ano em que ocorreu o primeiro óbito”. A previsão de Carlos Antunes aponta para que “até essa altura o país atinja um valor acima dos 16 mil óbitos, perto dos 17 mil óbitos, mas não muito mais do que isso”. “O número de internamentos em enfermaria está a descer muito mais rapidamente, nos Cuidados Intensivos a redução é mais lenta, mas mais rápida do que foi em finais de novembro e de dezembro, em que a diminuição foi apenas de 30 camas nos Cuidados Intensivos dos 520 para os 490”, explicou.
No entender do especialista “só lá para meados de março” é que o país poderá chegar às 300 camas em Cuidados Intensivos ”, sendo este o fator que “mais vai pesar na decisão desconfinar”, porque os portugueses não se podem descuidar e permitir uma quarta vaga que “venha novamente inundar os internamentos hospitalares”. Defende por isso “uma arma alternativa” que substitua o confinamento, que é “a testagem”.
Na Rádio Boa Nova, o especialista referiu ainda que as novas variantes do vírus “são sempre uma preocupação, não só por poderem contornar a questão da imunidade conseguida pela vacina, e continuarem a infetar e a causar estragos, mas também porque têm maior capacidade de transmissão”. “Por isso não podemos desconfinar de forma descontrolada” e o caminho passa, para além do cumprimento das regras de proteção individual, por “uma maior capacidade de testagem e de rastreio”.
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