A aprovação por unanimidade de um voto de pesar pelas vítimas de Covid-19 (seis) no concelho marcou o início dos trabalhos da Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital. A reunião de trabalhos decorre no Salão Nobre da autarquia com número limitado de eleitos e em formato online.
Decorre período antes da Ordem do Dia. Alguns destaques:
José Ferreira, deputados do PS, pergunta o que foi feito, o que falta fazer e os custos que o mau tempo causou no Município.
Carlos Castanheira, autarca de Aldeia das Dez, realçou e agradece à CM a forma interessada e a disponibilidade diária no acompanhamento de todos nesta fase tão difícil de pandemia da Covid-19.
João Brito considerou um “triste episódio de vista de dois ministros à ESTGOH, não passou de mais um número para o presidente da CM mostrar que faz alguma coisa, mas depois não faz”. Defende “instalações novas e dignas” para a ESTGOH.
Rafael Costa, deputado do PSD, apresentou cumprimento de esperança a todos os afetados pela pandemia. Criticou a falta de bom senso pelos responsáveis da iniciativa “Os super saudáveis” na EB1 de Oliveira do Hospital. “Foi um triste espetáculo que lamentamos”. O deputado questionou sobre a testagem à Covid-19, transportes escolares, IC6. Defendeu modelo de criação e defesa da marca “Oliveira do Hospital” de forma original, com slogan “capital das confeções”, ou “capital do caminhos pedestres”.
Rafael Dias, deputado do CDS-PP, questionou sobre os processos da análise à floresta e ordenamento. Ressalvou a preocupação da Câmara para alargamento do horário da biblioteca para os estudantes. Entende que a estratégia do concelho deveria ser mais ambiciosa de apoio ao comércio local, com a utilização de verbas que estavam destinadas à Feira do Queijo e EXPOH e atribuição de vouchers de 20 Euros a cada oliveirense.
Margarida Claro, autarca de Seixo da Beira, verificou a colocação de médico de família na extensão de Saúde da freguesia. Agradeceu ao presidente do Município que se manteve “nesta luta”. “Foi a maior conquista deste mandato”, referiu.
Rui Monteiro, deputado do PS, criticou as alusões da oposição ao “ano de eleições”. Considerou que a posição do PSD sobre a ESTGOH já vem atrasada. “Os que têm memória sabem que há 10 anos o que se pretendeu foi roubar a ESTGOH de Oliveira do Hospital. Curiosamente não vi ninguém do PSD dar um passo para que a ESTGOH se mantivesse. Não me recordo de virem ministros aos concelho por boas razões. Percebe-se que a visita cause pruridos”, referiu. O deputado apelou ao presidente do Município para que continue a defender a ESTGOH.
Rui Coelho, autarca de Penalva de Alva e S. Sebastião da Feira, congratulou-se pelo aumento de ecopontos na freguesia. “É uma medida certa por parte do Município”. Sublinhou o trabalho de prevenção que tem sido feito para minorar os impactos dos temporais na zona sul do concelho. Apreciou a forma atenta como o Município tem acompanhado a pandemia. “Tem sido um dos grandes parceiros da Saúde em Oliveira do Hospital”. O autarca mostrou-se preocupado com troço entre Penalva de Alva e a localidade da Carvalha que considera a “pior estrada” e questionou sobre o que está a ser feito para melhorar o troço.
Carlos Maia, presidente da UF de Ervedal e Vila Franca da Beira, dirigiu-se ao presidente do Município para considerar que é “legítimo e normal a oposição arranjar argumentos para atacar o executivo municipal”, mas que possam pegar em “argumentos válidos e com consistência”. “Entrei consigo e 2009 e vamos acabar em 2020, e sabemos que determinação, coragem e visão de futuro não tem faltado em Oliveira do Hospital”. Maia considerou que a “oposição se esquece que terminou a sua função em 2009 e já nessa altura se falava na zona industrial, zona histórica, mercado municipal, central de camionagem, parque dos marmelos … que hoje são ou irão ser a muito curto prazo uma realidade”. Acusa a oposição de não ter ideias, nem visão de futuro para Oliveira do Hospital. entende que têm uma “oposição cheia de nada”. “O senhor presidente e o seu executivo vão ficar como marco histórico em Oliveira do Hospital”.
Dulce Pássaro (PS), presidente da Assembleia Municipal sublinhou, na sequência de intervenção de Carlos Maia que “a oposição também faz um esforço para o desenvolvimento da nossa terra”.
Vasco Brantuas, autarca da Bobadela (PS) questionou o executivo sobre a situação atual, que se vive no concelho sobre a Covid-19. e que medidas vai tomar na questão dos horários no comércio local.
Cristina Carvalho, deputada do PS, notou a distinção atribuída ao Município: Autarquia mais familiarmente responsável.
Presidente do Município de Oliveira do Hospital entende que este “é um mandato muito difícil”
“Esta é uma fase que nos preocupa bastante”, disse esta tarde o presidente da autarquia, reportando não apenas ao grande incêndio e à pandemia, mas também aos estragos causados pelas intempéries Elsa e Fabien, em que o Município sinalizou 45 intervenções. No início da intervenção no período Antes da Ordem do Dia, José Carlos Alexandrino disse que este está a ser “um mandato muito difícil” quer para o executivo, quer para as pessoas de Oliveira do Hospital”.
O autarca agradeceu à equipa Covid-19 pelo empenho no dia em que o concelho contabiliza 114 casos ativos. “Antes do dia 1 tínhamos 16 casos. Quando se passa para cento e tal casos há um mar de dificuldades.
“Voltamos a lançar os dados por freguesia, porque assim as pessoas estão mais alertas”, referiu o autarca, notando que há três freguesias sem casos de infeção.
Sobre a ESTGOH, o autarca situa a questão na perspetiva política. Disse ao deputado João Brito que “é preciso ter memória”. “No meu primeiro mandato vieram cá vários ministros e o senhor nunca veio dizer que era propaganda. Vieram os ministros à ESTGOH e fico muito contente. Vamo-nos deixar de hipocrisias”, lembrando que o executivo gastou dinheiro com projeto para escola no valor de 4 milhões de Euros. Mas houve um ataque tremendo à escola. Não sirvo para fazer elefantes que depois não servem para nada. Por isso, não se avançou com o projeto, mas “conseguiu-se segurar escola. Não se pôde avançar com a construção sem saber se íamos ter escola”, disse o autarca, notando que a incerteza “durou uns três, quatro anos”. “Achamos que neste momento não há financiamento para se fazer uma escola nova, por isso se decidiu pelo projeto da EB1. A Câmara Municipal ao fazer o campus educativo novo liberta as instalações da EB1. O investimento será entre 1,5 e 2 milhões de Euros”, explicou. O “vosso mentor” tem “responsabilidades por não se ter feito um Centro Escolar em condições”, apontou o autarca que “não aceita que estamos fazer campanha política ou número de circo”. “Não é número de circo porque não sou macaco”, comentou.
Mostrou-se confiante no projeto de instalação da ESTGOH no espaço da EB1. “Como disse a Ministra Ana Abrunhosa o dinheiro há de se arranjar”, sublinhou.
O autarca disse ainda estar “farto de ouvir falar da Saúde”, quando a saúde no concelho “não está no ótima” – falta urgência 24 horas – mas está melhor do que já esteve quando havia 16 mil oliveirenses sem médico de família.
Sobre o IC6, Alexandrino disse que “pela primeira vez há 40 milhões de euros no Programa de Resiliência”. “Este IC6 já não chegará no meu tempo, mas ficará sempre marcado pela determinação deste executivo. A ministra da Coesão teve uma importância estratégica neste bolo de 40 milhões”. “Até eu sair há o problema do IC6 e da saúde que me acompanhará sempre”.
Quanto à marca de Oliveira do Hospital, referiu que a estratégia do executivo tem assentado na Feira do Queijo que tem servido para promover o concelho. Considerou também boa ideia “capital das confeções”, mas disse que não foi essa a estratégia do executivo.
Sobre o comércio local, José Carlos Alexandrino considera preferível ajudar nas rendas do comércio local do que a atribuição de vouchers de 20 Euros a cada oliveirense.
“A vida é feita de honestidade política e às vezes duvido que ela exista”, concluiu o autarca na resposta aos deputados e presidentes de Junta de Freguesia no período antes da Ordem do Dia.
Ordem do Dia
Aprovados os pontos 2, 3, 4 e 5 da Ordem de Trabalhos. Pontos seis e sete aprovados por maioria com quatro abstenções do PSD.