As forças de segurança receberam 20.334 participações de violência doméstica até agosto, um aumento de 1,6% face ao mesmo período de 2019, antes da pandemia de Covid-19, revelou, esta terça-feira, o ministro da Administração Interna.
Numa audição pedida pelo PSD sobre violência doméstica, José Luís Carneiro deu conta que, até agosto, foram registadas 20.334 participações, das quais 63% correspondiam a violência física e mais de 80% a violência psicológica, em contraste com as 20.021 queixas no período homólogo de 2019.
“Um ligeiro aumento de 1,6%, ou seja, mais 313 participações”, disse, sublinhando que “a participação dos crimes de violência doméstica tem vindo a aumentar, na medida em que há já uma maior perceção e sensibilização para a gravidade deste crime”.
O governante sublinhou que, para se combater este crime, é preciso “conhecer as cifras negras, ou seja, conhecer a criminalidade que é desconhecida porque não é denunciada”.
José Luís Carneiro anunciou que o Ministério da Administração Interna vai avançar em 2023 com um inquérito à vitimização da violência doméstica, para que se tenha “melhores indicadores que permitam atuar mais eficazmente sobre este fenómeno”.
José Luís Carneiro disse também que os ministérios da Administração Interna, da Justiça, dos Assuntos Parlamentares e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, bem como a Procuradoria-Geral da República e o Conselho Superior de Magistratura estão a concluir os trabalhos relativos à base de dados da violência doméstica.
Segundo o governante, foi ministrada formação a mais de oito mil efetivos das forças de segurança na área da violência contra as mulheres e violência doméstica.
O ministro disse ainda que existem atualmente “completamente operacionais” 490 salas de atendimento à vítima, das quais 329 em postos territoriais da GNR e 161 em esquadras da PSP.