A Câmara Municipal de Oliveira do Hospital aprovou na passada sexta-feira, por maioria, a proposta de orçamento municipal para 2025 na ordem dos 43,3 milhões de euros (ME), registando um aumento de 9,1% face ao ano anterior. Na reunião, os vereadores eleitos pela Coligação PSD/CDS votaram contra as propostas de Grandes Opções do Plano e de Orçamento para 2025 por considerarem o “documento completamente insuflado e irrealista”.
“Se já considerámos o orçamento do ano anterior absurdo, estamos em 2025 perante um documento completamente insuflado e irrealista. Consideramos que estes instrumentos, respetivamente Orçamento e GOP, pese embora tenham um forte pendor político, devem refletir um verdadeiro sentido estratégico, orientador das decisões a tomar ao longo de um período económico específico que possa ser assumido como um instrumento determinante para a ação e servir de rumo a toda a estrutura orgânica de suporte ao funcionamento da Câmara Municipal, o que não se constata neste documento em análise”, refere a Coligação em comunicado enviado à Rádio Boa Nova.
Para a oposição, “o documento continua caracterizado por um enorme empolamento do lado das receitas, para que por essa via, possam ser inscritas, do lado da despesa, muitas propostas de forma completamente irrealista”. “Salienta-se no preâmbulo do relatório palavras como prudência, realismo, rigor que seriam legítimas se estivessem enquadradas num documento mais objetivo do ponto de vista da estimativa orçamental. Não atentamos contra a seriedade deste documento e da ambição de concretização que o seu executivo tem, mas bastará verificar a revisão ao Orçamento e às Grandes Opções do Plano de 2023, cujo nível de execução não atingiu sequer os 20 milhões de euros. E ainda aguardamos pela retificação ao orçamento de 2024”, referem.
“Congratulamo-nos por ver inscritas em 2025 obras de grande importância e relevância para a vida dos oliveirenses como a requalificação do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital. Trata- se de uma obra inscrita no P.R.R., pelo se torna de vital importância o cumprimento dos prazos. Transferidos os serviços para as antigas instalações da Escola Básica n.º 1 de Oliveira do Hospital, e tendo sido já assinado o contrato de adjudicação, questiona-se a razão pela qual os trabalhos ainda não começaram. Ainda em matéria de projetos, mas já no objetivo da Educação e Ensino Superior, lamentamos ver dilatado no tempo o apoio à construção das Novas Instalações da ESTGOH. Reconhecemos que este é um projeto do Instituto Politécnico de Coimbra, mas tememos que fique, mais uma vez, adiado com prejuízo dos estudantes que procuram um ensino de qualidade em Oliveira do Hospital. Quanto ao apoio à Construção da Residência para Estudantes, consideramos ser importante para a atratividade de novos alunos, contudo julgamos que um apoio mais de meio milhão de euros (560 mil euros) seja injusto, face ao apoio que executivo em permanência na Câmara Municipal de Oliveira do Hospital atribui aos projetos de Estruturas Residenciais para Idosos e pessoas portadoras de deficiência, respetivamente, na Bobadela, Meruge e ARCIAL, atribuindo-lhes 300 mil euros. Bem sabemos que estas Instituições terão de recorrer a empréstimos para que possam assumir a comparticipação que lhes é imputada, pelo que deverão ter toda a ajuda necessária por parte do executivo municipal”, lê-se.
Para os vereadores PSD/ CDS-PP, “após a abertura do Campus Educativo de Oliveira do Hospital, para seu funcionamento e segurança deveriam ser asseguradas as vias de acesso ao mesmo com acessibilidades e circulação rodoviária que permitisse o correto acesso ao mesmo, quer pelos meios de socorro, quer por fornecedores e, exteriormente, a circulação de pais e encarregados de educação. Onde está inscrito esse investimento?”
“O mesmo reparo nos mereceu a necessária intervenção à Avenida Dr. António Afonso Amaral, porta de entrada da cidade e que carece de uma intervenção profunda que garanta a circulação viária, a criação de passeios pedestres e ciclovias que liguem a cidade a Catraia de S.Paio. Sendo esta reivindicação transversal a todos os orçamentos, não encontramos também nenhuma menção em sede deste orçamento”, referem.
Nessa medida, consideram o orçamento “meramente eleitoralista, novamente assente em grandes promessas, em grande parte, apontando para a realização nos anos de 2026 e 2027, que na realidade não serão executadas e que continua a deixa de fora investimentos estruturantes para o concelho”. “Este documento revela-se ainda muito deficitário em áreas preocupantes como a defesa do meio ambiente, recursos naturais e investimento na Floresta e prevenção de incêndios. Por considerarmos ter uma visão e política diferente para o Município e pelas razões atrás elencadas, os vereadores eleitos pela Coligação PSD/CDS na Câmara Municipal de Oliveira do Hospital votaram contra as propostas de Grandes Opções do Plano e de Orçamento para 2025”, concluem.