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Vera Moura e Daniela Nunes são “mestres” na produção do Queijo Serra da Estrela

Apreciado por tantos, o Queijo Serra da Estrela é feito por quem sabe e gosta de “meter a mão na massa”, espremer o soro e dar forma ao afamado produto que, após 45 dias, está “ótimo” para provar. É o que fazem as queijeiras Vera Moura e Daniela Nunes, que desde há nove anos, asseguram o bom sabor do queijo “Dos Lobos”, em Gramaços, no concelho de Oliveira do Hospital.

Vera Moura, com 45 anos, conhece o ditado popular de que “para fazer bom queijo é preciso ter as mãos frias”, mas não é o seu caso. “Até nem tenho muito as mãos frias”, contou esta manhã a queijeira, quando se preparava para iniciar a feitura do queijo. A “massa” já estava pronta na “cuba do queijo” para ser escorrida e ser moldado o afamado produto.

Neta de pastores, Vera Moura já anteriormente tinha dado uma ajuda na queijaria, que então estava sob o comando da queijeira Lurdes Morais. A convite do irmão, Carlos Oliveira, encarregado na empresa Dos Lobos há 23 anos, Vera acedeu ao desafio de assumir o papel de queijeira, devido à saída, por problemas de saúde, da anterior queijeira.

“Hoje em dia, gosto do que faço e sinto-me valorizada”, partilhou a entusiasta queijeira que, com a colega, também queijeira Daniela Nunes, se deslocam logo de manhã ao ovil, para ir buscar o leite, já ordenhado pelos colegas Adelino e António.

Já na queijaria, “o leite é coado, vai para a cuba do queijo, é aquecido a 31, 32 graus e acrescentamos os únicos ingredientes, que é o cardo e o sal”. Por dia, Vera e Daniela trabalham entre 55 a 60 litros de leite, que corresponde a 18 a 20 queijos, sendo que para cada queijo são precisos cinco litros de leite.

“Fica durante 45 minutos a uma hora o leite a coalhar, partimos a massa, colocamos em paninhos e esprememos o soro, que vai fazer o afamado requeijão. Depois vai para as formas do queijo e, de seguida, vai para a prensa para espremer algum soro que ainda possa ter”, explica a queijeira Vera.

“O queijo fica na prensa entre uma a duas horas e viramo-lo. Daí  vai par as câmaras de frio, com duas fases.  Temos duas câmaras de frio. A primeira fase entre 18 a 20 dias e depois até aos 45 dias e fica ótimo para o cliente”.

Também queijeira há nove anos na queijaria Dos Lobos, Daniela Nunes, com 31 anos, conta que “aprendeu a gostar” da profissão. Também os seus pais tinham a tradição de fazer queijo. “Vim. Meti a mão na massa e gostei até hoje”, frisou.

Na queijaria Dos Lobos, de onde diariamente, também, saem cerca de uma centena de requeijões “e mais houvesse”, o momento é também de preparação para a “grande” Festa do Queijo da Serra da Estrela de Oliveira do Hospital.

“Estamos a trabalhar no embalamento do queijo. Levamos o nosso queijo Serra da Estrela amanteigado e o queijo Serra da Estrela Velho, que é tão bom ou melhor do que o amanteigado. Tem seis meses de cura e quanto mais velho melhor”, contou Vera Moura, que deposita grandes expectativas na Festa do Queijo. “É uma grande festa, vem gente de norte a sul e é um grande caminho para dar a conhecer o nosso produto e escoá-lo”.

Vera Moura foi também reconhecida pelo Presidente da República na comemoração do Dia da Mulher. “Foi um dia bonito para nós e que fica na nossa memória”, partilhou.

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