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Vão ser confecionados cerca de 150 Kg de Carolos em Vila Nova de Oliveirinha

A Associação Humanitária (AH) dos Bombeiros Voluntários(BV) de Vila Nova de Oliveirinha, no concelho de Tábua, promove neste fim de semana (12, 13 e 14 de maio), a Festa dos Carolos. Os cerca de 150 Kg carolos que vão ser confecionados, no sábado à tarde, nas tradicionais panelas de ferro, vão ser oferecidos a toda a comunidade, no domingo, no quartel da corporação.

A Festa dos Carolos é uma tradição que o corpo de bombeiros “agarrou” no final da década de 60 e início da década de 70 e que, segundo Vítor Melo, presidente da direção da Associação Humanitária se tem realizado ininterruptamente, excetuando-se os anos da pandemia. O evento que tem a particularidade de envolver não apenas o corpo de bombeiros, como também a comunidade local, tem associado uma espécie de “ritual”, que começa nos feriados de 25 de abril e 1 de maio, datas em que é distribuída a lenha pelos proprietários de fornos da freguesia, onde vão ser cozidas as broas de trigo, que também constituem uma iguaria do certame.

Em outros tempos, recorda, chegaram a ser cozidas 1200 broas, mas “atualmente são cozidas entre 700 a 800 broas” nos fornos das pessoas da freguesia e “graciosamente”. Do ritual faz, também, parte a recolha das grandes panelas de ferro, cerca de 20, emprestadas pela população onde durante toda a tarde de sábado se confecionam os carolos nas instalações dos bombeiros, e que é “uma tarefa muito árdua”.

Noutros tempos, chegaram a ser confecionados 250 Kg de carolos. Agora fazem-se entre 120 a 150 Kg que são colocados em tabuleiros. “Vão à igreja no domingo. Há a missa, são benzidos e depois seguem na procissão até aos bombeiros, onde os carolos vão ser servidos à comunidade”, conta.

A festa dos carolos que, antigamente, tinha o objetivo de proporcionar alimento à população, tem agora o propósito de aproximar o corpo de bombeiros das pessoas. . Há também toda uma programação cultural e de animação, com os habituais “bailaricos” para “os mais jovens e gente com mais folia”.

Por outro lado, a AH dos BV de Vila Nova de Oliveirinha tem o cuidado de distribuir pelas IPSS locais os carolos que não sejam consumidos durante a festa. “É uma forma de não esquecer a tradição junto das pessoas que passaram pela festa”, frisou.

Durante o evento, a broa de milho e os carolos fazem as delícias da comunidade. No bar dos bombeiros também é possível adquirir frango, bifanas e outras iguarias e as bebidas para acompanhar. É uma forma de “gerar alguma receita”.

A AH dos BV de VN de Oliveirinha prepara-se para comemorar o 90º aniversário. Para Vítor Melo cada vez existe mais a necessidade destes corpos de bombeiros no interior”. “Somo a única instituição que consegue fazer uma prestação de socorro à popularão. O bombeiro serve para tudo”.

Ainda que o trabalho dos bombeiros na época de incêndios seja o mais visível, Vítor Melo esclarece que “os incêndios são 8% da atividade dos bombeiros ao longo do ano” e que os BV de VN de Oliveirinha registam uma “média de nove mil ocorrências (todas as áreas) por ano”.

O corpo de bombeiros é composto por 60 elementos, dos quais cerca de 20 são profissionais da corporação e os restantes são voluntários.

À frente da AH desde 2011, Vítor Melo luta por um corpo de bombeiros “o mais profissional possível na prestação de socorro”. “Somos voluntários na ação, mas temos que ser profissionais na execução”, defende o dirigente.

A vestir a camisola dos BV de VN de Oliveirinha, Vitor Melo mantém viva a luta dos bombeiros para que sejam reconhecidos pelo Estado como um “elemento essencial”. “Somos a única instituição do Ministério da Administração Interna (MAI) , cujo financiamento é por prestação de serviços e não por prevenção, ao contrário do que acontece com as Forças Armadas, a Força Aérea ou a GNR. De modo particular, o dirigente aponta o dedo à recente atualização do preço ao Km, de cerca de “meia dúzia de cêntimos” em que o valor reportava a 2013. “Os custos inerentes ao transporte como combustível e pneus quase duplicou e o Estado não reconhece . Chegámos ao ponto em que quase que perdíamos dinheiro a fazer determinados serviços, mas que tínhamos que os fazer porque não se pode abandonar a população”, frisou.

Pese embora as adversidades, a situação atual da AH é “estável”. “Conseguimos pagar a dívida que encontrámos em 2011que se arrastava à construção do quartel. Hoje folgamos de alguma estabilidade financeira e todo o mérito é dos bombeiros . É sangue e suor deles. Não é com o apoio estatal”.

Quanto ao futuro, Vítor Melo tem em mente “dois projetos grandes que são realizáveis “ e que vão permitir “criar alguma estabilidade financeira”. “Os bombeiros são uma obra que nunca está terminada”, considera o dirigente.

Ouça a entrevista na íntegra (Podcast)

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