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Universidade de Coimbra integra consórcio que recebe 16 milhões para tratamento do cancro

UC | Paulo Amaral

Um consórcio europeu que integra a Universidade de Coimbra (UC) vai ser financiado com 16 milhões de euros (ME) para desenvolver, testar e distribuir uma tecnologia inovadora para melhorar o tratamento do cancro na Europa.

“Oprojeto pretende criar uma rede europeia de centros de investigação, hospitais e empresas que promovam o acesso de doentes a técnicas avançadas para o tratamento do cancro — especialmente para os mais agressivos, como o cancro da mama triplo negativo, o cancro do pâncreas ou o glioblastoma”, revelou a UC, em nota de imprensa enviada hoje à agência Lusa.

Financiado por fundos da Comissão Europeia, no âmbito da ‘Innovative Health Initiative’ (oito milhões), e por “vários parceiros da indústria” (que financiam também com oito milhões), este projeto vai decorrer ao longo de cinco anos, com a junção de instituições e empresas oriundas de nove países.

O consórcio Accelerate.EU é liderado pela multinacional belga IBA Radiopharma Solutions e pelo Hospital Universitário de Bruxelas – Instituto Jules Bordet, e conta com a colaboração do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS) da UC.

“Mais concretamente, vai ser desenvolvida uma forma de terapia alfa — baseada no Ástato-211 (211At), um radioisótopo muito promissor na área da medicina nuclear –, uma estratégica terapêutica inovadora que permite ‘atacar’ diretamente as células cancerígenas, de forma a aliviar sintomas e a interromper a progressão da doença”.

Para o desenvolvimento desta terapia são utilizados aceleradores de partículas — ciclotrões –, equipamentos de ponta que permitem a produção de radiofármacos para utilização, nomeadamente, em oncologia.

“Este ambicioso e inovador projeto combina o conhecimento académico com a inovação industrial para a criação de novos agentes terapêuticos que possam suprir necessidades clínicas em toda a Europa no que diz respeito às terapêuticas oncológicas, melhorando, assim, a vida das pessoas com cancro”, destacou o diretor do ICNAS, Antero Abrunhosa, citado no comunicado.

“Além de toda a investigação e ensaios que serão desenvolvidos no âmbito do Accelerate.EU, pretende-se ainda criar uma rede de produção do 211At destinada a unidades hospitalares face ao seu potencial de tratamento altamente promissor”, acrescentou.

O Accelerate.EU pretende, igualmente, assegurar a formação e o treino contínuo de profissionais, garantindo, desta forma, o conhecimento e a implementação desta solução inovadora, assim como a disseminação de conhecimento na área da medicina nuclear.

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