A Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC) Pinheiro dos Abraços comemora 11 anos de um “trabalho interrupto” na “construção de uma comunidade mais informada e mais cuidada”. Mais de uma década a promover hábitos de vida saudável e de cuidar de quem mais precisa, num serviço de proximidade, através de “uma escuta empática”.


Esta foi a mensagem transmitida na sessão comemorativa da efeméride, que decorreu esta segunda-feira (7). O Campus Educativo de Oliveira do Hospital foi o lugar escolhido e não foi por mero acaso. Um vasto painel de especialistas foram chamados discutir acerca da “Intervenção em Saúde Escolar”.
“São 11 anos a prestar cuidados no concelho”, afirmou Alexandra Garcia. A Enfermeira Coordenadora da UCC recordou o “trabalho variado” desenvolvido pela equipa que lidera que tem acompanhado a comunidade “desde a infância até à fase adulta, até aos idosos”. “Temos tido um papel essencial no apoio, mais de proximidade na relação com os parceiros, mas essencialmente também nas escolas”, explicou, adiantando que “a questão da prevenção e promoção da saúde, neste momento, é mais direcionada para o contexto escolar”.
Na sessão comemorativa deste 11º aniversário, Carlos Carvalheira e Daniel Costa, diretores do Agrupamento de Escolas e da Eptoliva, respetivamente, destacaram o papel da UCC junto da comunidade educativa. Realçaram a “forte parceria” estabelecida com a estrutura que “está sempre disponível” e “no terreno” para alertar os jovens, sobretudo os que estão “numa idade crítica”, para “alguns comportamentos de risco”.
A recordar “o trabalho interrupto” da UCC e o desempenho de todos os seus profissionais, José Francisco Rolo, presidente do Município de Oliveira do Hospital, destacou o empenho da Unidade, sobretudo junto dos mais jovens, aos quais “introduz temas complexos”.
Graça Brito, vereadora da Educação da autarquia, considerou que a UCC “tem dado um contributo extraordinário” em prol do bem estar da comunidade oliveirense.
Os desafios da transição digital

No contexto escolar e atendendo às notícias que têm surgindo e chocado o país, Alexandra mostrou-se “preocupada”. No entender da enfermeira especialista em Saúde Mental, “os contextos do intervalo e de sala de aula estão um bocadinho diferentes e, por isso, a nossa prioridade, este ano, foi intervir mais na área das competências socioemocionais”. Para Alexandra, é importante, junto das crianças e dos pais “perceber” e dar espaço para lidar com as emoções. “Perceber o que estou a sentir com esta emoção e o que é que eu faço com ela”, disse.
Perante um “contexto escolar muito diferente”, a responsável entende que “os profissionais e os pais têm que fazer uma reflexão conjunta”. “Acho que está na hora de falarmos todos sobre o mesmo e tentarmos ver o que é que cada um pode fazer”, referiu. No dia em que também se comemora o Dia Mundial da Saúde (7 abril), Alexandra considerou essencial a “questão da literacia em saúde”, ou seja, “há questões que os pais poderão também não saber como intervir”. No entender da profissional, é por isso “Importante capacitar os pais para perceber se algo não está bem”. “Às vezes não é negligência, mas sim falta de conhecimento”, explicou.
O impacto das redes socais

Numa sessão “muito dedicada à saúde mental e ao bem-estar psicológico no espaço escolar”, José Francisco Rolo mostrou-se preocupado com o impacto das redes sociais nos jovens. “A juventude, hoje em dia, relaciona-se através das redes, do digital”, lamentou o autarca, considerando que esta era digital traz grandes “desafios”. No seu entender, torna-se assim necessária uma “vigilância redobrada”, ainda que também seja importante respeitar a privacidade aos mais novos.
O presidente do Município elogiou, por isso, o “trabalho que a Unidade de Cuidados na Comunidade Pinheiro dos Abraços leva no espaço escolar, a educação para a saúde, seja a saúde oral, a saúde reprodutiva, a educação sexual, a educação para hábitos alimentares saudáveis e também a questão do bem-estar, da harmonia, particularmente do bem-estar psicológico e da saúde mental”.
No entender de Rolo, “temos que olhar de frente” para certas questões. Para o autarca, “hoje, talvez o maior fator de risco no crescimento harmonioso de um jovem é provavelmente o tempo e o tipo de conteúdos que as redes sociais implicam”.