O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinalou esta sexta-feira um ano da invasão da Rússia com uma mensagem aos ucranianos na qual descreveu os últimos 12 meses como “um ano de dor, tristeza, fé e união”.
“Em 24 de fevereiro, milhões de nós fizeram uma escolha. Não uma bandeira branca, mas uma bandeira azul e amarela [da Ucrânia]. Não para fugir, mas para enfrentar. Confrontar o inimigo. Resistir e lutar”, acrescentou.
O líder ucraniano sublinhou que “foi um ano de dor, tristeza, fé e união.
“E este é um ano da nossa invencibilidade, sabemos que este será o ano da nossa vitória”, salientou Zelenski numa mensagem de vídeo publicada na plataforma de mensagens Telegram.
Numa outra mensagem publicada também hoje no seu ‘site’, o governante afirmou ter-se encontrado com altos responsáveis do exército para abordar a produção de armas no país.
“Abordámos a questão da produção e fornecimento de munições e armas. É claro que não posso revelar publicamente os pormenores desta questão. Mas este é um trabalho significativo. E congratulo-me por ouvir na reunião do alto comando militar que mesmo nestas condições temos o potencial apropriado”, destacou.
Até agora, a ofensiva causou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, segundo o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
Quanto ao número de vítimas civis, o ACNUDH apresentou como confirmados desde o início da guerra, e até 15 de fevereiro deste ano, 8.006 mortos e 13.287 feridos, embora ressalvando que estes números estão muito aquém dos reais.
Segundo a mesma fonte, 90% das mortes e dos ferimentos de civis foram causados por armas explosivas de elevado impacto russas (como mísseis), principalmente em ataques a zonas povoadas, e as restantes devido à detonação de minas antipessoais, estilhaços de armamento e ataques a paióis.
Quando as forças russas tomaram a cidade portuária de Mariupol (na região independentista pró-russa de Donetsk), no final de maio e após três meses de cerco e bombardeamentos com artilharia pesada, esta tinha sido reduzida a escombros cobertos de cadáveres, e Kiev disse que pelo menos 20.000 civis ucranianos tinham ali sido mortos.
Segundo fontes ocidentais, no total, entre 30.000 e 40.000 civis morreram no conflito em toda a Ucrânia.
Quanto a baixas militares, as estimativas da Noruega, citadas pela Euractiv (rede pan-europeia independente de órgãos de comunicação social especializada em políticas da União Europeia (UE)), apontam para 180.000 soldados russos e 100.000 soldados ucranianos feridos ou mortos, enquanto outras fontes ocidentais estimam que um ano de guerra fez 150.000 vítimas de cada lado.
Fonte: Lusa