Site icon Rádio Boa Nova

Três meses após o fogo, vítimas continuam entregues “à própria sorte”

Ao assinalar “três meses da maior tragédia em destruição material que a região sofreu em séculos”, a Associação das Vítimas do Maior Incêndio de Sempre em Portugal (AVMISP) insurge-se…

… contra “a distância do poder político”, quando “a falta de esperança cresce” no interior devastado pelos fogos. “Sobra sempre a sensação de que continuamos entregues à nossa sorte”, disse, em declarações à Lusa, o empresário Luís Lagos, presidente da AVMISP, com sede em Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra.

Opinião idêntica tem o Movimento Associativo de Apoio às Vitimas dos Incêndios de Midões (MAAVIM), no vizinho município de Tábua, liderado por Fernando Tavares Pereira. Numa nota enviada à Lusa, o empresário de Midões reitera que “a população está rigorosamente ao abandono, com medidas avançadas e sem estarem aplicadas”, e reporta a existência de “milhares de lesados ainda sem ajuda”.

As duas associações defendem que o Governo deve avançar com um sistema de ajudas que permita também a reconstrução das casas de segunda habitação destruída pelo fogo.

Os incêndios de Outubro, que tiveram nos patrimónios edificado e natural “uma dimensão muitíssimo superior” às dos fogos de Pedrógão Grande, destruíram total ou parcialmente 1.483 casas, disse o primeiro-ministro, António Costa, em 17 de Dezembro, ocasião em que – adiantou – estavam “concluídas e em obra” 159 daquelas habitações.

De acordo com o primeiro-ministro, estão destinados 75 milhões de euros para a reconstrução das habitações permanentes total ou parcialmente afectadas pelos incêndios de Outubro (10 milhões de euros para a reconstrução das casas atingidas pelos fogos de Pedrógão Grande).

Meio milhar de empresas na região Centro foram também atingidas pelos incêndios, de acordo com os cálculos adiantados pelo Governo, que anunciou a atribuição de 100 milhões de euros a fundo perdido e a abertura de uma linha de crédito, em igual montante, para a reconstrução destas unidades.

Além de habitações e empresas, as centenas de incêndios que deflagraram em 15 de Outubro – o pior dia de fogos de 2017, segundo as autoridades – também causaram elevados prejuízos na agricultura e na agro-pecuária, a morte de milhares de animais e a destruição de extensas áreas de floresta, deixando em risco milhares de postos de trabalho e o suporte económico de muitos dos concelhos afectados.

Na sequência dos fogos que deflagram em 15 de Outubro foram consumidos 190.090 hectares de floresta.

com:lusa.pt

Exit mobile version