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Trabalho de “superação” permitiu reativação da Sonae Arauco seis meses após o grande incêndio

A unidade da Sonae Arauco, em Oliveira do Hospital, reativou a produção de painel aglomerado às três da manhã do passado dia 10 de abril. A empresa que, logo após o fogo, delineou a estratégia …

… de recuperação e contou com a cooperação e compreensão de colaboradores, clientes e fornecedores, registou prejuízos de mais de 40 milhões de Euros.

As primeiras semanas após o fogo foram de “algum impacto” na estrutura da unidade que emprega 220 pessoas. No conjunto das duas unidades, Oliveira do Hospital e Mangualde, o incêndio causou prejuízos de mais de 60 milhões de Euros, com o maior dano a verificar-se na empresa oliveirense. Mas, “rapidamente levantámos a cabeça”, partilhou à Rádio Boa Nova, Luís Pacheco, diretor industrial da Sonae Arauco, localizada em Oliveira do Hospital. “Vimos como uma oportunidade e começámos a pensar no processo de recuperação. Todos demos as mãos. As fábricas do grupo enviaram um vídeo de reforço positivo e de ânimo para avançarmos e podermos continuar num processo de melhoria” que já vinha desde abril de 2016, seja na “fiabilidade de entrega do produto ao cliente” seja no que respeita à “qualidade”.

O “fumo branco” daquela que é conhecida como a “chaminé da Sonae” e que mais não é do que filtro da unidade, não deixou margem para dúvidas. Aquela que é uma das principais empresas do concelho de Oliveira do Hospital retomou a laboração. Luís Pacheco confirma que a produção de aglomerado foi, de facto, reativada às “três da manhã, do dia 10 de abril, seis meses após o fogo”. O responsável assegura, contudo, que desde o início, o “nosso foco foi manter contacto com clientes e fornecedores”, que possibilitaram “a operacionalização gradual de diversas linhas, essencialmente de produtos de valor acrescentado, nomeadamente de revestimento melamínico”, logo nos primeiros dias de dezembro, com apoio das unidades do grupo que permitiram assegurar entregas em Portugal e Espanha.

Seis meses após o fogo, Luís Pacheco verifica que este foi “um campeonato, cujo trabalho foi de superação”, seja dos seus colaboradores com elevado nível técnico – “temos colaboradores nas áreas de manutenção e engenharia com 50, 40 ou 30 anos de casa”, enfatizou – seja em termos de engenharia corporativa, que presta apoio a todas as unidades da Sonae Arauco. A estes juntam-se os parceiros locais e outras empresas nacionais e estrangeiras. “Envolvemos mais de 100 empresas. Para além dos nossos 220 colaboradores, entram diariamente mais 250 colaboradores por dia”, revela.

No processo de recuperação, a Sonae Arauco valeu-se dos seus meios próprios e do grupo, sem necessidade de se socorrer de apoios estatais. “A empresa tem mecanismos para assegurar os danos”, referiu Luís Pacheco.

Os trabalhos incidiram de modo particular, parcial ou totalmente, nas áreas de stock de matéria-prima, moinhos de redução de partícula, secadores de partículas de madeira e linha de aglomerados. O sentimento é de “superação” visível nas áreas da energia e maquinaria pesada, em que estiveram envolvidas empresas nacionais, mas também da Alemanha, Albânia, Itália, Espanha, França e Inglaterra. Luís Pacheco dá o exemplo da instalação da nova linha de estilha reciclada implementada em quatro meses com um parceiro internacional e que corresponde à preocupação da empresa com as questões ambientais. “O futuro passa por ser cada vez mais verde. A pegada ecológica deve ser o driver das organizações”, defende o responsável.

A Sonae Arauco, uma das maiores do grupo, nas áreas de aglomerado e painel revestido, produz para Portugal, Espanha, Inglaterra, Marrocos, Israel, entre outros países. A unidade regista uma produção anual de 400 mil metros cúbicos de aglomerado e 250 mil metros cúbicos de painel revestido, seja sobre aglomerado, seja sobre MDF.

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