Os cerca de 180 trabalhadores da IRSIl, unidade de confeções de Oliveira do Hospital que, na última semana, avançou para a insolvência, receberam esta manhã o documento lhes permite aceder ao subsídio de desemprego junto do Instituto de Emprego e Formação Profissional.
O gestor de insolvência nomeado para o processo esteve hoje reunido com os trabalhadores nas instalações da empresa, onde também marcou presença Fátima Carvalho do Sindicato do Setor Têxtil do Centro que representa cerca de metade dos trabalhadores, assim como a advogada que representa o segundo grupo de trabalhadores. Carlos Silva, administrador e filho de um dos fundadores da empresa, também marcou presença no encontro.
À saída, o ambiente entre os funcionários, alguns dos quais com mais de 45 anos de casa e outros mais jovens que anteveem o futuro com alguma preocupação, era de tristeza e alguma comoção.
Maria Silva, com 62 anos, da Catraia de S. Paio, é uma das trabalhadoras que ainda não acredita que a fábrica fechou. “Nunca pensei que isto fechasse e assim tão rápido”, referiu à Rádio Boa Nova, notando que a situação que já estava má antes da pandemia, agora piorou.
“Foram-nos dizendo que isto não estava fácil, mas tínhamos esperança que isto não acontecesse”, partilhou.
Tal como os restantes funcionários, Maria Silva ainda não recebeu o salário do mês de fevereiro e o equivalente a um mês de férias atrasado. No mês de março a empresa esteve em sitaução de Layoff e segundo lhe foi dito, o mês de abril já deverá ser pago pelo IEFP.
Habituada a trabalhar e a ficar por casa ao fim de semana para tratar da sua vida, Maria Silva não se imagina em casa todos os dias. Pela frente tem o período do subsídio de desemprego e já percebeu que o caminho a seguir é o da reforma. “Penso que será esse o meu destino”, frisou, visivelmente emocionada.