O Tribunal de Viseu decretou esta segunda (25), cinco anos de prisão, com pena suspensa por igual período, para Jorge Dias, presidente da Associação Cultural, Recreativa e Humanitária de Vila Nova da Rainha (ACRHVNR), no concelho de Tondela. A ausência de antecedentes criminais levou à suspensão da pena por parte do tribunal.
O incêndio causado pela explosão de uma salamandra, a 13 de janeiro de 2018, provocou a morte a 11 pessoas durante um torneio de sueca, “famoso naquela zona” e ao qual acorriam dezenas de pessoas.
Na altura, a rápida combustão do teto falso do primeiro andar do edifício da ACRHVNR, a acumulação de fumos, o pânico causado e a locomoção limitada dos idosos que ali se encontravam ditaram a tragédia. Da própria salamandra, às portas do recinto, das quais uma só abria para dentro e a outra estava trancada, passando pela falta de extintores, vários foram os fatores indicados como sendo riscos de segurança não acautelados.
A Associação Portuguesa de Segurança garantiu, na época, que a “instalação incorreta da salamandra com tubagens que atravessavam o teto falso, a existência de materiais altamente inflamáveis e produtores de gases tóxicos no teto, e saídas de emergência bloqueadas” levaram à tragédia.
Oito pessoas morreram no local, outras três faleceram nos dias seguintes
Nesse dia de janeiro de 2018, o balanço do incêndio foi de oito mortos e 38 feridos, entre ligeiros e graves, mas o número de mortos aumentou para 11 nos dias seguintes.
Jorge Dias era o único arguido neste processo, cujo julgamento se iniciou em junho de 2022, e estava acusado por 11 crimes de homicídio por negligência e um crime de ofensa à integridade física negligente grave. Na noite de 13 de janeiro de 2018, pelo menos 60 pessoas participavam no torneio de sueca no piso superior do edifício, enquanto, no piso de baixo, estavam mais 15 pessoas.