No próximo domingo, 10 de abril, Tábua comemora o Dia do Município. O executivo liderado por Ricardo Cruz tem para partilhar uma mensagem de “respeito pelo passado e perspetiva para o futuro”. No dia em que será inaugurado o espaço CULTIVA destinado “às startups, teletrabalho e ao coworking”, e que se pretende afirmar como um “cluster orientado para o emprego, empreendedorismo e os novos nómadas digitais”, o executivo vai fazer um balanço dos primeiros seis meses do mandato autárquico.
“Estratégia de consolidação orçamental, rigor financeiro e organização dos serviços” têm sido as linhas orientadoras do atual executivo, que reconhecendo um trabalho de continuidade dos projetos que já estavam em carteira, garante que o Município tem vindo a adotar uma “dinâmica bastante agressiva” para “compensar algum tempo, que se possa ter perdido”. Exemplo disso é a aposta numa imagem/ marca identificativa do concelho -“Tábua, Encanto das Beiras” – que passa por desenvolver “uma estratégia ainda mais forte de dinamização” do setor do Turismo e de “atração de públicos que possam ficar no concelho”.
Rádio Boa Nova (RBN)- No próximo dia 10 de abril, Tábua comemora o Dia do Município. Esta é a primeira comemoração da sua presidência. Que significado tem para si?
Ricardo Cruz (RC)- Apesar de já ter estado alguns anos no executivo, para mim tem um significado de responsabilidade e, obviamente, de compromisso com Tábua e os tabuenses. Alia-se o facto de estarmos a comemorar o feriado municipal com este atual executivo e a completar seis meses de mandato. Portanto, são duas datas importantíssimas para fazermos um primeiro balanço daquilo que foram os seis meses deste executivo e, em paralelo, temos também um governo que tomou posse há poucos dias. Tudo junto para que, efetivamente, Tábua, a região e o próprio país estejam em sintonia para um bom mandato.
Estivemos a lançar as obras que estavam em carteira, fizemos alguma consolidação ao nível do rigor orçamental, demos mais condições aos nossos trabalhadores para que sejam mais ágeis.
RBN- O que é que o Município pretende transmitir aos tabuenses na comemoração que se avizinha?
RC- Uma mensagem de respeito pelo passado, de algumas contas que podemos assumir relativamente àquilo que foram os seis meses de mandato, ou seja algum balanço do que já fizemos. E depois, também, uma mensagem de perspetiva para o futuro.
Nesse respeito pelo passado, percebemos sempre o contexto de Tábua, ao longo dos últimos presidentes que por cá passaram, com mensagens diretas aos mesmos.
Um balanço dos seis meses em que, basicamente, teremos que falar a verdade aos tabuenses. Foi esse o nosso compromisso, sejam boas ou más notícias. Aquilo que assumimos é de dizer, de forma transparente, aquilo que se está a passar, naquilo que é a nossa perspetiva de futuro. Nesse balanço dizer que desenhámos uma estratégia de consolidação orçamental, de rigor financeiro e organização dos serviços. Irá sair agora um novo organograma da Câmara Municipal de Tábua, que estamos a preparar, para tornar os serviços mais ágeis e mais próximos dos cidadãos. Nestes seis meses que decorreram, estivemos a lançar as obras que estavam em carteira, fizemos alguma consolidação ao nível do rigor orçamental, demos mais condições aos nossos trabalhadores para que sejam mais ágeis.
Apostámos na limpeza urbana, seja ela dentro da vila ou fora da vila, com um compromisso muito grande de que queremos ter uma vila mais limpa e mais bonita.
Mudámos e definimos um novo conceito de posicionamento ao nível do Turismo, uma nova imagem de Tábua que designamos de “Tábua, Encanto das Beiras”.
RBN-Como olha para o atual momento do concelho de Tábua? Fez parte do executivo anterior, estava por isso, por dentro dos projetos em curso. Este é um mandato de continuidade ou de alguma forma pretende seguir outra linha, mais disruptiva?
RC- Nós temos que perceber que cada mandato é um mandato, independentemente dos presidentes, de quem está frente das autarquias. Com certeza, todos os executivos têm bem definidas as suas tarefas e os seus objetivos para quatro anos. Nós temos um plano a mais de quatro anos. Contudo, neste mandato o nosso compromisso é com Tábua e com o nosso programa eleitoral.
Não seria correto se não dissesse que, obviamente há sempre aqui uma transição, numa linha de coerência, com projetos que já estavam em carteira, porque apesar de tudo, temos dois elementos que transitam do anterior executivo. E, todos esses projetos são de alguma continuidade. Portanto, temos um misto de continuidade nalgumas áreas e temos um misto de cunho pessoal, de cada um dos novos elementos do novo executivo, para que possamos balizar aquilo que são os nossos objetivos para quatro anos, sabendo que temos uma dinâmica bastante agressiva, no bom sentido da palavra, porque queremos compensar, numa ou noutra área algum tempo que se possa ter perdido. Estamos empenhados nesse objetivo de traçar, aqui, planos concretos.
O que sempre dissemos aos tabuenses na altura das eleições é que a nossa equipa tinha uma grande vantagem, que era a de que não iria perder tempo com os dossiês, porque já estava por dentro deles. Daí a palavra continuidade, a que se somam as palavras de dinamismo, modernidade e responsabilidade do novo executivo.
Temos que dar mais um passo que é definir uma imagem identificativa do nosso concelho, que designámos de “Tábua, Encanto das Beiras” e que divulgámos na BTL.
RBN- Apresentou na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) a nova estratégia turística “Tábua, Encanto das Beiras”. Faltava criar uma marca identitária do concelho? Nesta área quais são os objetivos do Município?
RC – Eu julgo que sim. Estamos a dar passos largos naquilo que é a consolidação. Antes de chegarmos à imagem de marca, temos que perceber os serviços que temos. Para convidar o turista, temos que fazer o nosso trabalho de casa, que é criar condições e ter algo para visitar.
Neste momento, Tábua do ponto de vista das unidades hoteleiras já está bem posicionada e tem uma boa oferta, com um hotel de quatro estrelas, turismos rurais de qualidade e alojamentos locais. Tem outras áreas também como pensões e residenciais, ou seja, já tem uma grande oferta em termos daquilo que é o alojamento, que é um fator preponderante. Depois, temos aquilo que foi a aposta de sempre, que foi de, apesar de ter um ou outro percurso, na parte dos percursos cicláveis o que interessa é mantê-los limpos e cicláveis durante 365 dias ou 366 dias. Já demos esse passo.
Felizmente Tábua tem a oferta de três percursos pedestres, em que se somam duas grandes rotas. Lançámos há poucos dias aquilo que foi a reestruturação do trilho de Vale de Gaios e com bastante potencial com 17 KM. Tivemos o cuidado de o trilho ter sinalização desde o início do centro da vila até à entrada do concelho vizinho, porque achamos que o Turismo não se faz isolado no nosso concelho, é também da região.
Destacamos também a recuperação da via romana da Pedra da Sé e, portanto, estamos aqui já a somar, toda uma área em que se ganha escala. E ganhando escala, temos que dar mais um passo que é definir uma imagem identificativa do nosso concelho, que designámos de “Tábua, Encanto das Beiras” e que divulgámos na BTL, criando uma estratégia ainda mais forte de dinamização e de atração de públicos que possam ficar no nosso concelho, tendo em consideração as mais valias do queijo Serra da Estrela (estamos já com o projeto, em paralelo, da queijaria comunitária, do vinho do Dão, dos produtos endógenos como o azeite, o pão porque Tábua também é conhecida como terra de padeiros. Uma oferta global, que se insere numa região e também, na região de Coimbra.
RBN – Desde que tomou posse, o Município tem dado a conhecer os vários projetos em curso, tendo mesmo inaugurado no dia 30, a Pista de Atletismo Mário Pinto Claro. É esta dinâmica de trabalho feito/executado que pretende ver associado ao concelho?
RC- Sim, uma dinâmica não pela quantidade, mas mais pela qualidade. Desde o início do mandato, nestes seis meses, tivemos o cuidado e a felicidade de inaugurar uma biblioteca escolar na escola básica de Mouronho, no Dia Internacional da Cidade Educadora, para deixarmos uma mensagem clara de que pensamos que o munícipe, seja ele o que vive ou frequente a vila, ou que viva na aldeia, é de todo igual e merece o nosso cuidado. É uma aposta na descentralização, com a inauguração no dia Mundial das Cidades Educadoras.
Tivemos já a inauguração da Pista de Atletismo, um desejo bastante antigo. Recordar que o Estádio Municipal de Tábua está criado desde 2001. Houve aqui um empenho muito grande para concretizar a pista. Tivemos o cuidado de a inaugurar num dia em que tivéssemos um evento Mega Sprinter, que é ligado à educação, para dizermos que a pista não é só para atletas de alta competição ou daqueles que podem chegar lá, é de todos. Envolve que todos os miúdos da escola a possam frequentar e utilizar, assim como todo o cidadão comum em horários pós laborar. Inserido numa estratégia global onde Tábua se insere como Município Amigo do Desporto, o nosso desígnio é incentivar a atividade física e o combate ao sedentarismo.
“Um cluster orientado para o emprego, empreendedorismo e os novos nómadas digitais”
E, no dia 10 de abril, iremos inaugurar o CULTIVA, que é um edifício destinado e orientado para as startups, o teletrabalho e o coworking. Estamos a estabelecer uma ligação com o Instituto Pedro Nunes (IPN), para que possamos alavancar mais aquela entidade, também ligada ao ensino profissional. Ali também vai ficar Agência de Desenvolvimento Integrado (ADI) de Tábua e Oliveira do Hospital para incentivar o comércio e a Associação Industrial da Região de Viseu, no âmbito de um protocolo que temos com esta associação. Portanto, é todo um cluster orientado para o emprego, empreendedorismo e os novos nómadas digitais.
RBN- Já há empresas interessadas para ali se instalar?
RC – Sim. Estamos a ser contactados por algumas que ainda pedem reserva do nome para que depois possam estar lá e deslocalizar-se. Há ainda a possibilidade de uma startup e também parte das empresas possam ter esse domicílio virtual, que está muito em voga. Queremos posicionar Tábua neste campo, ainda mais acima, para que as pessoas não tenham que sair de Tábua.
A estratégia do nosso território de baixa densidade não é apenas fixar e atrair novas pessoas, é sobretudo dar qualidade para que elas possam ficar e atrair novos públicos. Queremos atrair pequenas e médias empresas.
O edifício em si, porque está bem localizado, próximo da zona industrial de Tábua, irá também disponibilizar salas específicas de formação, que as empresas podem utilizar para dar formação aos seus colaboradores. E também servirá para que nós, através das parcerias que temos com estas associações empresariais, possamos promover novas formações para todos eles. E, através da ADI, criar formações específicas para os elementos do comércio local. Permitirá que os nossos quadros da Câmara tenham um sítio específico para fazer formação e alavancar novas competências.
Em paralelo, estamos também já na fase final para o lançamento do concurso da área empresarial da Carapinha, com nova oferta de terrenos mediante as contrapartidas definidas na lei.