O governo aumentou para 85 por cento o apoio à recuperação das empresas afetadas pelos incêndios de 15 e 16 de outubro. Para a Associação de Vítimas do Maior Incêndio de Sempre em Portugal (AVMISP), com sede em Oliveira do Hospital, “esta é a uma grande medida de apoio à recuperação do interior”.
“É uma grande conquista. É uma sensação de dever cumprido. Toda a gente sabe que havia uma grande discriminação nos apoios aos incêndios de outubro que era apenas de 70 por cento”, afirmou à Rádio Boa Nova o presidente da AVMISP que entende a medida, que resultou do Conselho de Ministros, como resultado da reivindicação que vinha sendo feita pela Associação no sentido de conseguir “uma situação de igualdade com os incêndios de Pedrogão Grande, em que as empresas foram apoiadas em 85 por cento”. “Num diálogo com o gabinete do Primeiro-ministro e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) chegámos a bom porto. Entendemos que esta é primeira grande medida de apoio à recuperação do interior”, afirmou Luís Lagos.
Para a Associação que representa os lesados dos incêndios de outubro “fica a sensação de dever cumprido”. Refere, por isso, que “se alguém tinha dúvidas da razão de existir da AVMISP tem hoje a resposta”. “A AVMISP faz todo o sentido. Fez o seu trabalho e conseguiu trazer mais uns milhões de euros para a região para apoiar quem teve dano, para apoiar o emprego e atividade económica”, constatou.
No que respeita ao tempo de espera para a recuperação das empresas, Luís Lagos verifica que “há danos e danos” e que “há quem tenha tido dano pequeno e quem tenha tido um dano grande”. Entende o dirigente que os processos não podem decorrer sem a necessária carga burocrática, para que haja fiscalização e não se verifiquem abusos. Luís Lagos aprecia a forma como os processos têm decorrido junto da CCDRC, verificando que “tem corrido bem”. Em particular, destaca o apoio dado pela presidente da estrutura, Ana Abrunhosa, que “tem sido uma aliada das empresas” e “tem facilitado onde é possível facilitar. “Estamos todos em conjunto a tentar o melhor possível”, assegurou Luís Lagos.
Os incêndios de 15 e 16 de outubro atingiram 27 concelhos da região Centro, provocaram 49 mortos e cerca de 70 feridos, destruíram total ou parcialmente cerca de 800 habitações permanentes e cerca de outras tantas casas, quase 500 empresas e extensas áreas de floresta.