A parentalidade é uma das tarefas mais importantes da vida adulta, interferindo na forma como vivemos as restantes esferas da nossa vida. Atualmente somos bombardeados com conselhos e informação sobre práticas e estratégias de parentalidade, na rua, nas redes sociais, na televisão, nas livrarias. A expectativa e a pressão sobre os pais e as mães são enormes. Ser pai ou mãe parece ser mais desafiante do que era há algumas décadas, no tempo dos nossos avós ou bisavós.
As mães e os pais dizem, frequentemente, que ser mãe ou pai é a melhor e mais difícil tarefa do mundo. Por um lado, dá um sentido de propósito e significado à nossa vida, traz-nos satisfação, gratificação e sentimentos de realização e bem-estar. Por outro, as responsabilidades e exigências de educar crianças ou jovens saudáveis e com bem-estar também podem desafiar os nossos limites, gerar stresse ou sentimentos negativos.
Sabemos que os laços afetivos de vinculação segura entre os pais/mães e os filhos/as permitem-lhes estabelecer relações saudáveis com os outros e com o ambiente em que vivem. Quando a relação entre pais/mães e filhos/as é acolhedora, aberta, transmite confiança e é comunicativa, quando inclui o estabelecimento de limites adequados, regras e razões para os comportamentos esperados, as crianças e jovens revelam maior segurança, autoestima, saúde psicológica, maior capacidade para estabelecerem relações positivas com os outros e melhor desempenho escolar. Pelo contrário, cuidados parentais desadequados aumentam o risco de problemas físicos (obesidade ou problemas cardíacos, por exemplo) e psicológicos (agressividade, ansiedade ou problemas de comportamento, por exemplo), com consequência diversas, entre as quais maior risco de insucesso e abandono escolar precoce.
O stresse de cuidar de uma criança ou jovem pode fazer-nos sentir ansiosos, zangados, culpados ou completamente esgotados. Podemos até questionarmo-nos se somos bons pais/mães. Estas tensões são normais e inevitáveis, fazem parte da parentalidade. Contudo, o stresse parental pode tornar-se um problema quando nos sentimos tão desgastados que não conseguimos lidar com o que acontece ou perdemos o controlo. Os Psicólogos e Psicólogas podem ajudar as mães e os pais a compreender o desenvolvimento dos filhos e filhas, a estabelecer uma relação e uma comunicação saudável e positiva e a lidar com dificuldades e problemas que possam surgir ao longo da parentalidade.
*baseado nas orientações na OPP
Mariana Guilherme – Psicóloga Clínica e da Saúde