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Seis meses após o grande incêndio: Alexandrino considera que “há aqui um tempo de esperança”

Há seis meses, o grande incêndio de 15 de outubro tirou-lhe o “sonho de poder transformar Oliveira do Hospital”, mas o presidente do Município não se deixa desarmar pela tragédia, considerando que “há aqui um tempo de esperança”.


Passaram seis meses, mas para José Carlos Alexandrino parece que passaram seis dias. “Foi tudo demasiado rápido com muitos desafios permanentes”, entende o autarca, que também acredita que para as pessoas que perderam as suas casas e os seus bens, os seis meses corresponderão a “seis anos”. Admite que “as coisas têm andado de forma lenta”. José Carlos Alexandrino “gostaria que houvesse resoluções e respostas mais rápidas” no apoio às empresas e à recuperação das habitações, mas também dos próprios bens públicos cujos prejuízos, são na ordem de um milhão e meio de Euros. “Os problemas que se apresentam são de grande complexidade ao nível empresarial. Nas primeiras habitações tem havido grande burocracia”, refere o autarca.

Após seis meses, José Carlos Alexandrino garante que as casas com prejuízos até 25 mil Euros têm vindo a ser adjudicas. A maior demora reside na recuperação das cerca de 50 casas totalmente afetadas pelo fogo e cujo concurso promovido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) “ficou deserto”, não havendo interesse por parte de empresas construtoras, fosse pelo preço a praticar, fosse pelo tempo de conclusão das obras (até 31 de dezembro de 2018). Adiantou que a CCDRC está agora a convidar empresas para adjudicação direta. Esta é uma matéria que para o autarca deve ser célere para dar novo ânimo às famílias. “Tirando as famílias, ninguém mais do que o presidente da Câmara quer ver estas famílias felizes”, refere.

O momento é de “luta”, a exemplo do que vem sendo feito pelos empresários do concelho. “O governo fez bem ao aumentar os apoios até 85 por cento”, disse à Rádio Boa Nova, considerando que “há aqui um tempo de esperança”. “Temos alguma confiança”, reforçou, notando que no caso da Agricultura mantém pressão junto do governo para que torne possíveis as candidaturas aos agricultores que por desconhecimento não finalizaram o pedido de apoio, e que serão cerca de 20.

O incêndio de 15 de outubro tirou a vida a 12 pessoas no concelho. “Este é um processo altamente doloroso. Todos sentimos isto na carne e muito mais quem perdeu os seus entes queridos”, refere, verificando porém que o apoio às famílias “correu bem”. Mas, nota, “não há dinheiro que pague as vidas humanas”. Seis meses após o incêndio há ainda “quatro pessoas internadas. Entre elas a “princesa Leonor” que “tem reagido bem”.

Sobre aquele fatídico dia, José Carlos Alexandrino volta a reforçar a sua ideia, comprovada em relatório, de que o aconteceu não foi um incêndio, mas o que chama de “ciclone de fogo”. E atendendo à devastação e “não querendo ser pessimista”, o autarca sabe que a recuperação da floresta “vai demorar bastante tempo”. Entende que “este não é o tempo das pressas”, mas sabe que “é preciso projetar o concelho em termos futuros”. Confidencia: “este incêndio tirou-me o sonho de poder transformar Oliveira do Hospital”. “Tinha a ideia de um mandato ligeiramente diferente”, refere o autarca que perspetivava melhorias na Zona Industrial, Zona Histórica, acessos à Estrada da Beira, entre outros… “Ninguém estava preparado para isto. Ainda hoje não estou preparado para aquilo que nos aconteceu”, confessa.

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