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Saúde Mental: Em Oliveira do Hospital são acompanhadas “cerca de 400 pessoas” após o grande incêndio

O auditório do Crédito Agrícola de Oliveira do Hospital foi palco das comemorações do Dia Mundial da Saúde Mental que este ano se relaciona, inevitavelmente, com os incêndios de outubro do ano passado.

Na iniciativa, organizada pela Administração Regional de Saúde do Centro, José Francisco Rolo, vice-presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, agradeceu à organização por ter escolhido o Município oliveirense para ser protagonista deste evento de saúde, numa altura em que Oliveira do Hospital está a “renascer”.

“Fizeram bem em escolher Oliveira do Hospital. Somos terra de bom acolhimento, uma terra que há um ano foi fustigada por um violento incêndio que, para além de ter queimado a nossa floresta, empresas e empregos, também queimou a resistência de muitas pessoas. Todos nós ficámos afetados”, afirmou José Francisco Rolo, adiantando que “há um sentimento de perda na comunidade, da qual se está a renascer e a recuperar”.

O vice-presidente dirigiu ainda uma palavra especial à Equipa de Saúde Mental Comunitária Pinhal Interior Norte pelo “trabalho inexcedível”, no apoio às vítimas dos incêndios de 15 de outubro de 2017.

A Equipa, coordenada por Célia Franco, acompanha, neste momento, “cerca de 400 utentes que serão monitorizados durante pelo menos três anos”. Composta por um psiquiatra, uma psicóloga clínica, duas enfermeiras especialistas e duas assistentes sociais, a Equipa, o Serviço Nacional de Saúde e o Centro de Saúde de Oliveira do Hospital “ficaram valorizados no serviço de proximidade nas populações”.

“Não valeu a pena. Valeu a decisão. Porque isto não é sobre pena, é sobre cuidados”, afirmou o responsável, dando conta de que, até 31 de dezembro de 2017 a Equipa realizou 589 consultas.

Na ocasião, o Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, referiu que foi importante a resposta das equipas, uma vez que ninguém estava preparado para estes acontecimentos, salientando que são necessárias estratégias para ultrapassar “os trágicos acontecimentos ocorridos no concelho, que muitos enfrentaram com resiliência”.

“Foi indispensável o papel das equipas que estiveram no terreno naqueles dias, semanas e meses que se seguiram. Sei que estamos no caminho certo”, rematou Fernando Araújo.

A sessão contou com um vasto painel de especialistas, nomeadamente representantes do Conselho Nacional de Saúde Mental, da Coordenação da Reforma do SNS para a área dos Cuidados Continuados Integrados, da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção de Crianças e Jovens e especialistas na área da Saúde Mental e da Segurança Social.

Beatriz Cruz (jornalista estagiária)

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