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Ricardo Cruz, presidente do Município de Tábua, faz um balanço do primeiro ano de mandato

Esta manhã, na Rádio Boa Nova, Ricardo Cruz, presidente da Câmara Municipal de Tábua, fez um balanço do primeiro ano de mandato. O autarca destacou os projetos e investimentos que foram realizados neste primeiro ano na liderança da autarquia tabuense.

Segundo o presidente, “o balanço global é bastante positivo” num mandato que prima pela “proximidade à população” com uma “presidência aberta”. Na Rádio Boa Nova, admitiu que um dos grandes objetivos é “o rigor financeiro”, recuperando “o défice financeiro”. O corte do Orçamento de Estado na ordem dos 572 mil Euros e o aumento generalizado dos preços fizeram com que o executivo “readaptasse o modo de ação”.

Ainda assim, é possível concretizar obras. De acordo com Ricardo Cruz, o Município investiu na melhoria da rodovia com mais de 2,5 milhões de euros. Apostou na requalificação de edifícios municipais com a colocação de painéis fotovoltaicos.

No saneamento, foram investidos mais de 4 milhões de euros. Atualmente, Tábua apresenta uma taxa de cobertura de 68% e, concluídas as obras, a taxa subirá para os 79%.

“Estamos a fazer muitos investimentos. Não me lembro de Tábua ter tanto investimento num primeiro ano de mandato”

Na educação, uma “área prioritária” do executivo, destaque para a requalificação dos espaços educativos. O autarca não esconde a ambição para captar ensino superior para Tábua, através de CTeSP e pós graduações.

Na área envolvente da Igreja Matriz de Tábua, Jardim Sarah Beirão e Capela do Senhor dos Milagres foram investidos 180 mil euros, assim como foi alargado o cemitério.

No âmbito da Proteção Civil, as obras para o Centro Municipal arrancam brevemente. Foi instalada uma torre de videovigilância e os Bombeiros de Tábua e Vila Nova de Oliveirinha foram reforçados com mais duas Equipas de Intervenção Permanente, estando equipados com quatro EIP’s no total.

Na questão da limpeza de vias e prevenção de incêndios, o autarca considera que foi feito “um trabalho de excelência”.

Na captação de investimento empresarial, o procedimento para a Área Empresarial da Carapinha, que contemplará 14 lotes, “está lançado, a empresa está identificada e agora é entregar a obra”. Trata-se de um investimento de mais de 1 milhão de euros que vai permitir a “criação de emprego”. Em paralelo, o Município está a adquirir terrenos na Zona Industrial de Tábua para que “a terceira fase seja uma realidade”.

“Estamos a fazer todos os esforços para atrair e fixar população. Isso faz-se com investimentos na educação, mas também na criação de emprego e garantia de qualidade de vida”.

Na Rádio Boa Nova, adiantou que o parque habitacional “tem que se repensado”. Avançou que a autarquia está focada na estratégia local de habitação com a questão social, para apoiar quem não tem condições, e com a questão do arrendamento acessível.

No arranque deste segundo ano de mandato, Ricardo Cruz tenciona “fazer um pouco mais”.

“Já colocámos a fasquia muito elevada no primeiro ano de mandato. Agora pretendemos terminar com as obras que estão a decorrer e fazer novas. Buscar novas fontes de rendimento para investir nas pessoas. Continuar com a proximidade. Investir no concelho para dar uma melhor qualidade de vida aos tabuenses”.

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Rádio Boa Nova (RBN) – Assinalou no passado dia 10 de outubro, um ano de mandato à frente da Câmara Municipal de Tábua. Que balanço é que faz destes 12 meses, e qual é a grande marca que conseguiu imprimir neste seu primeiro ano de governação?
Ricardo Cruz (RC) –O balanço é muito positivo, tendo em atenção aquilo que se fez e o que estamos a fazer, e em consideração àquilo que é o ambiente normal de todo o mundo, de Portugal inteiro, dos municípios e de Tábua, tendo em conta a guerra na Ucrânia que nos veio alterar alguns propósitos.
Começo por destacar o que assumimos logo no início do mandato, que foi a abertura à população. Temos feito uma presidência aberta, com reuniões de Câmara e de Assembleia descentralizadas, em que estamos mais próximos das freguesias. E transmitimos em direto todas as reuniões de Câmara públicas e as Assembleias Municipais também para aproximar os cidadãos da política e daquilo que fazemos.
Uma das preocupações que tivemos, desde o início, foi o rigor orçamental e consolidação das contas. Estruturámos a contabilidade e a tesouraria para que pudéssemos recuperar o défice financeiro que o Município de Tábua tinha e tomámos algumas posições até impopulares, relativamente àquilo que era necessário para consolidar as contas públicas. Tivemos o volte face neste primeiro ano, no âmbito do quadro orçamental deste governo que afetou vários municípios e Tábua concretamente com o corte de mais de 572 mil Euros e em que tivemos que nos readaptar. Também a guerra na Ucrânia se tem traduzido no aumento de preços, nos problemas de eficiência energética e no aumento do custo de materiais, que leva a que muitas das empreitadas e obras, que são inúmeras no concelho, possam disparar em termos de valor no mercado.
Temos investimentos no Município de Tábua com mais de 2,5 milhões de Euros no âmbito da melhoria da rodovia, prevenção rodoviária e recuperação dos tapetes betuminosos. Já fizemos o troço de Oliveira do Hospital até Tábua, de Tábua até Ázere, de Pinheiro de Coja à localidade de Coja, no concelho vizinho. Dentro da vila, estamos a recuperar alguns troços.
Estamos também a recuperar os edifícios. Neste momento, temos a alteração de coberturas do terminal rodoviário, do Mercado Municipal e da própria Câmara Municipal ao abrigo dos programas com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC).
Em termos de saneamento básico, temos a decorrer obras que ascendem aos 4 milhões de Euros, sendo que 1,2 milhões estão agora adjudicados através da AINTAR. Tábua constitui-se com mais três Municípios, Carregal do Sal, Santa Comba Dão e Tondela, numa associação intermunicipal para a gerir o saneamento básico. Nesse âmbito, estão já a decorrer obras na ETAR de Touriz no valor de 340mil Euros, ainda lançamento do concurso e assinatura do contrato para início de obra do saneamento básico no valor de 1,2 milhões de Euros na zona de Balocas, Venda Esperança e Valongo, no âmbito da União de Freguesias de Covas e Vila Nova de Oliveirinha. 
Na área do saneamento, Tábua já tem 68 % da sua cobertura em rede e posiciona-se nos lugares cimeiros no distrito de Coimbra. Quando estiverem terminadas todas as obras em curso, iremos passar de 68 % para cerca de 79 % a taxa de cobertura no concelho, o que é bastante positivo.

RBN- Tem vindo a assumir publicamente as dificuldades financeiras da Câmara Municipal, assumindo decisões que nem sempre são as mais populares, como foi a não realização da FACIT. Vai continuar a cortar na despesa pública tendo em vista o reequilíbrio das contas do Município?

RC – Na política, temos que ser nós, os novos decisores políticos a tentar mudar e aproximar as pessoas, e isso só se faz se falarmos a verdade. Se tentarmos constantemente esconder algumas preocupações e problemas, a população pode não entender.
Aquilo que temos vindo a falar é que, efetivamente, as contas não estariam da melhor forma, e estamos empenhados em resolvê-las para que em 2025 já possamos dar mais um passo na consolidação das mesmas.
Não realizámos a FACIT, mas tivemos um investimento de 250 mil Euros na Cultura, com financiamento de 100 por cento. Tivemos muito Cultura e muita atividade que compensou a não realização da FACIT.
Vamos continuar assim, enquanto achar que não estamos confortáveis de dar mais um passo. Temos que ir gerindo muito bem. Está definido que em 2023 não haverá um corte tão grande e que será qualquer coisa na ordem dos 83 mil Euros. Ainda assim, temos que nos adaptar, porque ainda é um corte.
Dou o exemplo da iluminação pública, em que Tábua teria cerca de 500 mil Euros de custo. Mas, com a renovação que está a haver e com a guerra na Ucrânia estamos a falar de uma duplicação, quase a triplicar, para cerca de um milhão e meio de Euros. Ora, se nós não tínhamos condições para estar a pagar os 500 mil Euros, quanto mais um milhão e meio?
As medidas que temos que tomar terão que ser do lado da despesa, mas também do lado da receita. Temos que fazer alguns sacrifícios para aumentar a receita que é investida nos tabuenses.
No caso da iluminação pública estamos a preparar o modelo ESE para que haja poupança de 60 e tal por cento. A ideia é passar tudo para LED. Também queremos lançar um concurso público para a instalação, nos edifícios municipais, de painéis fotovoltaicos que nos permita o autoconsumo.

RBN– Os painéis vão ser instalados em todos os equipamentos municipais?
RC –
Quase todos. Fizemos um estudo daqueles que estão a consumir mais energia do ponto de vista de funcionamento. Estamos a falar de mais de 15 equipamentos que serão alvo de investimento em 2023.

RBN – Espera no final deste mandato já poder respirar de algum alívio financeiros e ter as contas mais em dia e reduzir significativamente a dívida. É esse o objetivo?
RC –
Sim. É preciso perceber que ainda não temos a dívida necessária para irmos a saneamento financeiro e podermos pagar a todos os fornecedores. Tínhamos que nos endividar em mais cerca de 400 mil Euros, o que é contra natura, porque se nos estamos a portar bem e a reduzir cada vez mais as dívidas, deveria haver um mecanismo que auxilie estes municípios que estão a fazer um bom trabalho.
Mas, ainda assim, estamos a fazer muito investimento. Não me lembro de Tábua ter tanto investimento num primeiro ano de mandato, como este.

RBN – Ainda no dia 21 de outubro inaugurou três espaços educativos com grande relevância e impacto no futuro das crianças e jovens do concelho. A prioridade que atribui ao setor da educação não é retórica, está traduzida nestes investimentos?
RC –
Está.  A Educação será sempre uma prioridade para Tábua, porque na palavra Educação tem que se ler futuro das pessoas. Tábua gasta cerca de 2 milhões de Euros do seu orçamento para a Educação. Desde os transportes escolares, refeições, reforço de assistentes operacionais, atividades de enriquecimento curricular, todos os saraus e iniciativas, fruta escolar, a oferta aos alunos do 1º Ciclo dos livros de atividades …e ainda o investimento físico.
Para fixar as pessoas e para que as aldeias continuem com vida e com crianças é necessário reforçar o investimento nos Jardins de Infância (JI). Foi feito um investimento de mais de 260 mil Euros para que o JI de Candosa fosse uma realidade. Em paralelo, fizemos mais dois investimentos. Na Escola Básica achámos que havia a necessidade de fazer a renovação dos gabinetes de atendimento dos Diretores de Turma, das equipas Multidisciplinares (psicólogos e terapeutas da fala) que têm que ter privacidade e de criar um gabinete médico para acompanhar alguns problemas que possam existir. Demos ainda um passo mais à frente. Entendemos que o Gabinete de Educação tem que estar dentro da escola e fizemos esse investimento para que os serviços de educação passassem para a Escola Básica.

RBN – Estas renovações vão ajudar na fixação de pessoas?
RC –
Temos que ter sempre esse pensamento. Independentemente do investimento que façamos, temos que pensar na qualidade, na formação e nas pessoas. A pouco e pouco, se formos melhorando as instalações, dá-se um conforto e vontade de estar acima da média, que permite que as pessoas pensem duas vezes antes de abandonarem o território.

RBN – Adiantou ainda recentemente ao Noticias de Tábua e à Rádio Boa Nova que gostaria de ter em Tábua uma oferta de ensino superior, na sequência também do trabalho e da parceria que encetaram com o IPC com a instalação do Gabinete de Inovação Regional, disponível no Cultiva.
RC –
A ambição da autarquia é também pensar na região. Sabemos que, ao nosso lado, temos o concelho de Oliveira do Hospital que tem ensino superior e não queremos criar nenhuma espécie de concorrência. Mas, o conceito do edifício CULTIVA é muito abrangente. Se conseguimos ali colocar a vertente da formação profissional, que é a Eptoliva, a funcionar, percebemos que ao lado e em cima temos uma start up, um nicho de empresas, que tem teletrabalho, coworking que já está quase cheio. É um espaço criativo, que permite ir mais além, ligado às empresas com a Associação Empresarial de Viseu, a ADIBER e o IPC através do Gabinete que tem várias áreas de intervenção e desenvolvimento de projetos e empresas. Estamos também com o IPC, em particular com o ISEC, a preparar Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP) para que Tábua possa responder às necessidades do mercado. O desiderato é também termos todos os níveis de ensino no nosso Município.

RBN– A oferta dos CTeSP pode estar para breve?
RC –
Sim. Estamos a dar passos largos nessa matéria. Não queremos dar nenhum passo em falso, queremos ter uma oferta mais consolidada e que seja alternativa e não concorrencial àquilo que são os cursos existentes. No próximo ano letivo poderá haver novidades.

RBN – O espaço CULTIVA, onde já funciona a Eptoliva, poderá ser o espaço ideal para receber essa oferta de ensino?
RC –
sim. O espaço CULTIVA é direcionado a isso e às empresas que não têm um espaço para dar formação aos trabalhadores. Também está vocacionado para a realização de congressos. É um espaço multifacetado.
Investimos no Espaço CULTIVA, mas também fizemos outros investimentos. Na zona envolvente da Igreja Matriz de Tábua, com um investimento de 180 mil Euros. Também consolidámos o alargamento do cemitério que é uma área que ninguém gosta de tocar, mas que é fundamental. No âmbito da Proteção Civil temos estado bastante empenhados nas obras que vão iniciar ainda este mês do Centro Municipal de Proteção Civil. Já instalámos uma torre de videovigilância no concelho, reforçámos as Equipas de Intervenção Permanente (EIP) nos bombeiros Voluntários de Tábua e Vila Nova deOliveirinha, em que cada corporação passou de uma para duas EIP, totalizando quatro no concelho. Temos feito um trabalho de excelência no âmbito da limpeza e prevenção de incêndios. Na matéria da água, estamosnum processo de renovação em todos os jardins e rotundas para que possamos ir substituindo a relva por espécies de baixo consumo hídrico e com sistema de gota a gota…

RBN – Volvidos 5 anos do grande incêndio de Tábua, o líder da oposição continua a reclamar justiça, dizendo que há lesados que nunca foram apoiados na reconstrução das casas. Que comentário é que lhe merecem estas afirmações?
RC –
Acho que, cada vez mais, as pessoas têm que fazer política de forma consciente. E em vez de andarmos sempre a contribuir para o ruído, temos é que contribuir para as soluções. Se há casos que ainda estão por resolver, que eu desconheço quais, tem que se arranjar solução. Agora, não podemos estar sempre a falar num sistema que, efetivamente, com muito sacrifício funcionou. Pelo que eu tenho conhecimento, todos os processos das casas de 1ª habitação ficaram resolvidos. O Ministério da Agricultura atuou, dentro das suas possibilidades, naquilo que foi o processo de recuperação. Tábua ainda foi mais além, criou um regulamento que permitiu ajudar as pessoas que tinham as segundas habitações. Fizemos um empréstimo ao FAM e realizámos, recentemente, uma ação em que pagámos na totalidade o apoio que estava destinado como compromisso. Às pessoas que nos entregaram os papéis, pagámos toda a verba.

RBN – O território está agora melhor preparado para a eventualidade de uma catástrofe?
RC-
Os territórios nunca estarão preparados para uma catástrofe daquelas. O concelho não tinha nenhuma ignição e foi bafejado, em outubro de 2017, com três frentes que vieram de outros concelhos. Ninguém está livre das catástrofes nem agora, nem no futuro. O que temos que fazer é um papel de atuação e prevenção. Mas, temos que ser todos. Não podemos esquecer que os terrenos também têm donos.

RBN – Neste verão, os proprietários procederam à limpeza dos seus terrenos?
RC –
Alguns limparam, outros não limparam. Percebemos que uma organização do território, e estão a ser dados passos nessa matéria, demora muito tempo. A questão do BUPI, do Cadastro vem ajudar, mas vai demorar muito tempo até estar concluído efetivamente. As AIGPS envolvem candidaturas em que temos que chamar todos ao processo.

Em Tábua, ao nível da Proteção Civil foram definidas as áreas de intervenção anuais de limpeza. Limpámos à volta das zonas industriais, e esta foi uma medida pós incêndios. Além disso, Tábua fez uma candidatura aos Condomínios de Aldeia para que haja uma articulação com as Juntas de Freguesia. Também temos uma equipa de proteção numa Junta de Freguesia. Estamos a dar passos largos. Mas isto passa muito pela sensibilização. Os terrenos têm que ser limpos e a floresta tem que ser ordenada. Mas, para ordenar uma floresta passam muitos anos. Não podemos dizer que para o ano está tudo resolvido. Não estará. É utópico dizê-lo. Temos é que nos empenhar todos na solução.

RBN – Em termos de expansão empresarial, estão em curso as obras da Área Industrial da Carapinha que, pelo que se sabe, irá criar mais 14 novos lotes. Qual o ponto de situação destas obras. Esta é uma resposta à procura que Tábua tem tido nos últimos anos em termos de investimento?
RC –
É. É uma resposta à procura. Não só para novos investimentos, mas também para dar soluções àqueles que lá estão. A Área Industrial da Carapinha tinha um orçamento para concurso de cerca de 900 mil Euros, com uma comparticipação do Estado (CCDRC) de 600 mil Euros. Neste momento, ficou deserto o concurso. Fizemos um novo concurso, em que tivemos que acoplar mais verba e que fica na ordem de 1 milhão e 200 e tal mil Euros, para que possa ser efetuada esta obra. Estamos a falar de um crescimento de 300 mil Euros, em que a Câmara tem que fazer um empréstimo. Ainda assim, o objetivo é que até ao final de 2023 a obra esteja terminada. O procedimento já está lançado, iremos agora entregar a obra, devendo ainda antes passar pelo Tribunal de Contas. São 14 lotes. Para a maior parte deles há já manifestação de interesses dos empresários que lá estão para aumentarem e adquirirem novos lotes. Há outros empresários que ainda lá não estão, mas que querem ali ficar.
Em paralelo, estamos também a adquirir terrenos para a Zona Industrial de Tábua, para que a 3ª fase seja uma realidade e possamos ter mais empresas, mais empresários e mais emprego. Tudo somado, trará obviamente mais riqueza para o nosso concelho e para a região.

RBN -No final destas obras, Tábua ficará com quantos lotes de terreno para empresas?
RC –
Para já 14 na Área Industrial da Carapinha. Em Tábua, temos a Área Industrial cheia e estamos em processo de aquisição de vários terrenos. Só depois da aquisição é que nos iremos debruçar no que serão os lotes, uns com mais metros quadrados e outros com menos.

RBN – Mas há procura para esses espaços? Há uma lista de espera?
RC-
Temos procura e lista de espera. Mas, o empresário também não gosta de esperar muito. Nós temos que criar primeiro as condições e se demorarmos um ou dois anos as intenções de interesse podem-se traduzir em falta de investimento ou em investimento fora do nosso território. Por isso, estamos com a Área Empresarial da Carapinha um pouco mais adiantada e a Área Empresarial de Tábua está a ser preparada para que possam aparecer novos investimentos.

RBN – Que grande investimento é aquele em S. João da Boavista de um parque fotovoltaico gigantesco… vai trazer mais valias para Tábua?
RC –
Traz duas mais valias. A primeira é que vai funcionar como uma espécie de mosaico, em que toda aquela zona, que antes tinha eucaliptos, faz ali uma barreira de proteção se houver incêndios a montante ou a jusante. Este é um investimento da Greenvolt de mais de 30 milhões de Euros, com mais de 90 mil painéis solares, para produzir energia e que está à frente no seu tempo. Agora, com a crise energética, todos nós percebemos que temos que contribuir para que tenhamos soluções de energia verde.

Tábua está também a preparar com a CIM a Comunidade Energética, para que depois se possa injetar a energia produzida pelos painéis fotovoltaicos na rede.

RBN – Porque é que a Greenvolt escolheu Tábua? Com certeza que se trata de um processo que não é de agora…
RC –
Não. A Greenvolt já tinha contactado o anterior executivo nessa matéria, sobre a disponibilidade de terreno do ponto de vista estratégico. Não podemos esquecer que está muito próximo da subestação de S. João da Boavista, porque depois terá que injetar a energia produzida.

RBN – Quando se fala de despovoamento e na necessidade de atrair gente para estes territórios, Tábua tem conseguido inverter a tendência de saída do concelho?
RC –
Tem. Se olharmos para os censos, percebemos que todos nós, incluindo o concelho de Coimbra, perdemos população. Mas perder população é uma coisa e perder menos população é outra. Quando se vai perdendo menos, a pouco e pouco, a tendência é de que as coisas vão ficando num patamar que nos parece positivo. Estamos a fazer todos os esforços para fixar e atrair pessoas. O nosso propósito é ter emprego e dar qualidade ao nível escolar e cultural. Temos grande atividade ao nível da Biblioteca, do Centro Cultural, com peças, com animação, com uma vida ativa. No Centro Cultural passam mais de 100 pessoas por dia, desde a Academia Sénior a todas as atividades da Academia Artística Municipal e o cinema… E depois temos também a parte do Desporto. Temos feito por criar uma rede de mobilidade interna que seja aprazível e procurando a redução das emissões. Temos o ginásio municipal e apoiamos o desenvolvimento de novos projetos privados tal como já apareceram, para a criação de espaços de lazer que são importantíssimos para a população. Estamos já a concluir a obra do Espaço Jovem que é também intergeracional, junto ao Jardim Sarah Beirão. Fixar as pessoas é isto. É dar-lhe condições. E vamos apostar numa campanha muito forte designada por “Tábua Tem Tempo”, tendo em vista a atração das pessoas. Se percebermos que nas grandes cidades, na mobilidade de casa ao trabalho as pessoas demoram cerca de uma hora, nós em Tábua em cerca de 15 minutos dá para deixar os filhos na escola, ir beber o café com os amigos e ainda ter tempo  para chegar a horas ao trabalho. O que quer dizer que “Tábua Tem Tempo” nesta qualidade de vida. E nesse âmbito, também podemos chamar a Tábua as pessoas que trabalham à distância, daí o CULTIVA, um espaço formidável para o teletrabalho e são cada vez mais aqueles que estão a pedir para ir para lá.

RBN – Em que moldes é que vão lançar essa campanha?
RC –
Através de vídeos e de outras áreas digitais pretendemos explicar às pessoas e ajudá-las a encontrar soluções ao nível do parque habitacional. É preciso explicar-lhes, porque por vezes as coisas são tão óbvias que nós não lhes damos valor. A questão da mobilidade é importantíssima, porque se passamos duas horas em transportes, são duas horas em que podemos estar com os filhos, com os amigos, a conviver, a fazer trabalho que fique para trás, as tarefas de casa e a tirar proveito da atividade física e cultural.

RBN – A propósito do Parque Habitacional, Tábua tem casas disponíveis para essa política de atração de pessoas?
RC –
O mercado habitacional tem que ser repensado. Isto é, temos que olhar para Tábua como um concelho. Temos cada vez mais as aldeias e as freguesias com casas que vão ficando abandonadas e não recuperadas. Temos que pensar tudo isto em articulação com as agências imobiliárias e com os proprietários que têm que perceber que, ou se recupera, ou tem que se colocar no mercado. No âmbito da nossa Estratégia Local de Habitação estamos a trabalhar a dois níveis. Ao nível social, para perceber as pessoas que têm menos condições estamos a fazer candidaturas com elas à Bolsa Nacional de Habitação, para que possam recuperar as suas casas. Em paralelo, estamos a recuperar duas escolas primárias para efeito dos chamados alojamentos temporários. Estamos também a trabalhar ao nível do arrendamento acessível.

RBN -Qual é o seu grande desígnio para o segundo ano de mandato?
RC-
O segundo ano será fazer um pouco mais. Se bem que nós já colocámos a fasquia bastante elevada desde o primeiro ano. Terminar algumas obras que estão a decorrer. Lançar novos mercados e novas obras, procurando sempre que as mesmas tenham financiamento da União Europeia e do Estado Português e que, na comparticipação que fica, possamos fazer alguns empréstimos para não descalçar a nossa tesouraria e se mantenha o equilíbrio financeiro. Esperamos continuar a ser reconhecidos. Os prémios também têm sido alguns, tanto o prémio da igualdade, como o do Desporto. Continuamos a assumir estes trajetos para que continuemos a ser reconhecidos por entidades estrangeiras, nacionais e locais. Iremos continuar a fazer um trabalho de proximidade e respeito pelos tabuenses e de investimento para melhorar a qualidade de vida. Esse será sempre o nosso objetivo no 2º, no 3º e no 4º ano. O nosso compromisso e o nosso programa eleitoral é de 4 anos.

RBN – E reforçar o slogan “Encanto das Beiras”…
RC –
Sim. Efetivamente Tábua é o Encanto das Beiras e tudo estamos a fazer a bem da natureza. A breve trecho vamos inaugurar o Trilho de Vale de Gaios e quero agradecer a todos os intervenientes nesse processo, para que Tábua continue a ser o Encanto das Beiras

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