O projeto de requalificação da Zona Histórica da cidade de Oliveira do Hospital foi ontem apresentado em sessão pública, nos Paços do Concelho. Foi criada uma comissão de representantes para “agilizar” o processo.
Na ocasião, José Carlos Alexandrino, presidente do Município, começou por sugerir a criação de uma comissão de representantes da zona, entre moradores e comerciantes, para ser “mais fácil agilizar reuniões” sobre o processo.
De acordo com o autarca, a previsão do arranque das obras estava agendada para os primeiros dias de setembro, porém faltam dois vistos do tribunal de contas e um parecer da Direção-Geral do Património, uma vez que a Capela dos Ferreiros é um “monumento nacional” e a requalificação será acompanhada por um arqueólogo devido a “escavações”.
Dos quatro lotes para requalificação, dois já estão adjudicados e estão a cargo de duas empresas: uma de Manteigas e a conhecida Amadeu Gonçalves Cura, de Lagares da Beira.
As obras, que têm um prazo de execução de 12 meses e que darão uma “nova vida” àquela zona da cidade, representam um investimento de mais de quatro milhões de euros e são comparticipadas pelo Quadro Comunitário em cerca de dois milhões, aos quais a Câmara Municipal acrescenta o restante, através do orçamento municipal. “Sempre ouvi falar nas obras da Zona Histórica mas é preciso vontade e arranjar dinheiro. E nós conseguimos arranjar parte do dinheiro”, afirmou José Carlos Alexandrino.
Coube a Fernando Vicente, responsável de fiscalização de obras do Município, explicar a “delimitação dos vários lotes e em que consiste a requalificação de cada um em termos de revestimentos e melhoria paisagística” do projeto de Jorge Carvalho, arquiteto responsável por esta obra.
Após apresentação da delimitação dos lotes, o técnico apresentou as “intervenções essenciais”. Do conjunto de operações, destacou a criação de uma praça junto à Câmara Municipal, eliminando alguns obstáculos de mobilidade como degraus, criando, nesse sentido, uma elevação do terreno e rampas. Serão demolidos os atuais sanitários públicos e no mobiliário urbano haverá uma forte aposta no granito e pontualmente em basalto para não haver uma perda de identidade. De acordo com o projeto apresentado, serão colocadas lajetas no centro das ruas para permitir que os peões possam andar pelo centro, obrigando os condutores a adotarem velocidades mais reduzidas. Quanto a vegetação, esta será reforçada com a criação de espaços verdes e a colocação de dezenas de árvores. Para além de espaços de lazer, será criado um palco junto ao tribunal. No projeto consta ainda a alteração das redes de águas, esgotos, águas pluviais, eletricidade e gás natural para áreas subterrâneas, assim como a criação de um parque de estacionamento de 25 lugares para moradores.
Na opinião de Nuno Oliveira, a funcionalidade é prioridade face à estética e, por isso, apelou à atenção na criação de estacionamento. Sugeriu ainda a criação de um “sistema de circulação rodoviária interna urbana”, para “permitir um transporte colectivo e que as pessoas abdiquem dos seus próprios veículos, circulando em mini-autocarros”.
No final da sessão, a carência de estacionamento foi a preocupação mais demonstrada pelo público presente, entre moradores e comerciantes.