O projeto de requalificação do primeiro troço do IP3, que liga Viseu a Coimbra, é adjudicado esta sexta-feira (18 de janeiro), numa cerimónia onde esteve presente o primeiro-ministro, António Costa.
A intervenção vai acontecer entre o nó de Penacova e a Foz do Rio Dão, abrangendo ainda a zona mais crítica do itinerário na zona da Livraria do Mondego.
A entrega da obra, avaliada em 15 milhões de euros, acontece cerca de um ano depois do anúncio da requalificação por parte do Governo. Em abril de 2018, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, anunciou após uma reunião com autarcas e empresários da região de Viseu, que a tutela escolheu a requalificação integral da via entre os três cenários que estavam em cima da mesa para aquela estrada.
O projeto escolhido representava um investimento de 134 milhões de euros e previa 85 por cento do trajeto em perfil de autoestrada, com uma extensão total de cerca de 73 quilómetros, embora o governante tenha garantido que o novo IP3 não iria ter portagens.
No total, só “3 por cento do troço poderá ter que permanecer apenas com uma faixa para cada lado”, nomeadamente nas pontes, onde ainda vai ser avaliado se há condições “para algum tipo de alargamento”, explicou o ministro.
Pedro Marques assegurou na altura que a obra deveria ficar pronta “dentro de três a quatro anos”, até ao final de 2022. Segundo o governante, a requalificação do IP3 iria permitir reduzir em cerca de um terço o tempo de viagem, dos 65 para os 43 minutos, garantindo também um “reforço muito grande da segurança da via e um reforço da própria competitividade económica da região”.
Face a este anúncio, os autarcas e empresários da região, que promoveram uma petição a reivindicar a requalificação da estrada com cerca de 20.000 assinaturas recolhidas, mostraram-se satisfeitos com o projeto revelado pelo Governo.
Ainda assim, reconheceram que havia constrangimentos que precisavam de ser ultrapassados e que o projeto estava “um pouco aquém dos nossos desejos”, como disse na altura o presidente da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões e da Câmara de Carregal do Sal, Rogério Abrantes. O autarca homólogo de Tondela, José António Jesus, afirmou mesmo que não sendo a “solução ideal”, é “a solução possível no quadro em que vivemos”, apelando ainda ao consenso parlamentar sobre a matéria.
Já o presidente da Associação Empresarial da Região de Viseu, João Cotta, lembrou que não sendo Portugal um país rico, o que está previsto é uma solução que “permite, de uma forma sensata, resolver quase todos os problemas que o IP3 tem”. “Durante anos fomos demasiado passivos. Este é o momento da concentração. Isto não vai parar”, afirmou.
Fonte: Jornal do Centro