Site icon Rádio Boa Nova

Relatório aponta falhas e “dramático abandono” das populações

Falhas na programação do socorro e na rede de comunicações e um “dramático abandono” das populações foram identificados pela comissão técnica independente de análise dos grandes incêndios de outubro, que admite, contudo, uma conjugação singular de fatores meteorológicos.

Segundo o relatório entregue pela Comissão Técnica Independente, o panorama vivido nos dias 14, 15 e 16 de outubro, traduziu-se “numa situação de dramático abandono, com escassez de meios, ficando as populações entregues a si próprias”.

O documento indica que “por momentos iniciais” foram cumpridas as determinações fixadas nas diretivas, “mas rapidamente se verificou não haver possibilidade de manter a estratégia teoricamente fixada, sobretudo devido a duas razões: dificuldade de mobilizar forças suficientes perante o número de ignições que se sucediam em áreas de grande dimensão e impossibilidade de dar uma resposta a todos os incêndios por parte dos corpos de bombeiros”.

Os peritos sustentam que, na fase de ataque inicial, “a dispersão dos fogos, a sua velocidade de expansão e a respetiva severidade impediram muitas vezes a aplicação do conceito de triangulação, até porque os corpos de bombeiros que se tinham movimentado para teatros de operações afastados dos seus concelhos tiveram de regressar aos seus concelhos de origem de forma a garantirem o combate aos incêndios que eclodiram na sua área de atuação própria”.

Os peritos consideram que tem de haver das autoridades “flexibilidade para ter meios de previsão e combate em qualquer época do ano” e defendem a criação de uma unidade de missão para reorganizar os bombeiros.

Fonte: Lusa

Exit mobile version