O novo reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, alertou hoje, na sua tomada de posse, para um “modelo de competição excessiva e desregulada” entre as instituições de ensino superior.
“Urge pensar no posicionamento e na oferta formativa e, mais precisamente, refletir como podemos transitar de um modelo de competição excessiva e desregulada entre instituições e começar, em conjunto, a partilhar recursos e sinergias que permitam potenciar o impacto no tecido social e económico nas diferentes regiões do país”, afirmou Amílcar Falcão, durante a cerimónia de investidura, na Sala dos Capelos, depois de ter sido eleito pelos membros do Conselho Geral como novo reitor da Universidade de Coimbra, sucedendo a João Gabriel Silva.
Segundo Amílcar Falcão, o contexto atual está marcado “por uma competição desenfreada entre instituições, um país desequilibrado do ponto de vista da ocupação territorial e excessivamente centralista na tomada de decisões”, considerando que a Universidade de Coimbra (UC) tem de saber posicionar-se e adaptar-se à realidade, não se isolando.
O novo reitor da UC, que tem como um dos focos a investigação e inovação, considera que é o investimento “em toda a linha” nesta área que pode representar “a solução para o crescimento económico do país, uma vez que o seu impacto na produtividade é tremendo”.
Pegando na ideia da necessidade de sinergias, Amílcar Falcão frisou um aspeto que já tinha sublinhado durante a campanha eleitoral: a necessidade de aproximação entre Câmara de Coimbra, Universidade e Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).
“Farei tudo o que estiver ao meu alcance para que [estas três entidades] se unam em torno de projetos comuns de interesse local, regional, nacional e internacional”, disse, entendendo que, com essa “sintonia” entre as instituições da cidade, Coimbra “terá condições e hipóteses para voltar a ser absolutamente decisiva nas mais relevantes matérias nacionais”.
Nesse sentido, manifestou, durante o discurso, “o total empenhamento” da instituição que agora lidera, “junto da Câmara Municipal de Coimbra, no impulso da candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura em 2027”.
Amílcar Falcão salientou ainda que, enquanto reitor da UC, vai estar “incondicionalmente” ao lado da Associação Académica de Coimbra, “na procura das melhores soluções para os problemas presentes e futuros no ensino superior, acarinhando, apoiando e envolvendo [os estudantes] permanentemente para que a academia fale a uma só voz”.
Durante o discurso, elogiou ainda a medida do Governo para aumentar a oferta de residências universitárias no país, que, no caso de Coimbra, vai significar mais 450 camas.
No entanto, vincou, a UC pode ir mais longe, sendo que serão encetados esforços para “incluir um maior número de imóveis na rede de ação social escolar” – algo defendido pelo presidente da Associação Académica de Coimbra, Daniel Azenha, que discursou antes de Amílcar Falcão, naquela cerimónia.
Para além da cerimónia de investidura do novo reitor, tomou também posse a restante equipa reitoral.
A nova equipa é constituída pelos vice-reitores Luís Simões da Silva (Inovação e Empreendedorismo), Luís Neves (Finanças e Recursos Humanos), Delfim Leão (Cultura e Ciência Aberta), Cláudia Cavadas (Investigação e 3º Ciclo), Alfredo Dias (Património, Edificado e Infraestruturas), Cristina Albuquerque (Assuntos Académicos e Serviços de Ação Social), António Figueiredo (Qualidade e Desporto) e João Calvão da Silva (Relações Externas e Alumni).
A equipa conta ainda com os pró-reitores José Figueiredo (Saúde Global, Cooperação em Saúde e Bioética) e Patrícia Pereira da Silva (Planeamento).
lusa.pt