O projeto de recuperação dos jardins envolventes do Santuário de Nossa Senhora das Preces, afetados pelos incêndios de outubro, venceu a 10.ª edição do Prémio Vilalva, no valor de 50 mil euros, anunciou hoje a Fundação Calouste Gulbenkian.
O santuário tem por base uma lenda que remonta ao século XIV – envolvendo uma aparição a pequenos pastores -, e o seu conjunto patrimonial inclui um Jardim Botânico e um Bosque, que serão o objeto deste programa de intervenção.
Apresentado pela Irmandade da Nossa Senhora das Preces, o projeto prevê a remoção das árvores mortas e a plantação de novas espécies, programas de educação ambiental dirigidos sobretudo aos mais jovens, a introdução de novos painéis informativos e de materiais de divulgação, e ainda a sugestão de vários percursos e a recriação das procissões e romarias associadas ao local.
Segundo a Gulbenkian, o júri destacou “o exemplo e estímulo” que as diferentes valências do projeto representam para a região, aplaudindo também “a capacidade para envolver as estruturas locais”, como é o caso da Associação para o Desenvolvimento Integrado da Serra do Açor, a Câmara Municipal de Oliveira do Hospital e a Junta de Freguesia da Aldeia das Dez.
Abel Gouveia, presidente da Irmandade de Nossa Senhora das Preces, expressou a sua satisfação pelo prémio, que permitirá obter os recursos necessários para a recuperação dos jardins e a sua contínua valorização.
Foi ainda atribuída uma Menção Honrosa ao Projeto de recuperação do conjunto habitacional da Quinta do Pinhô, da autoria do RA/\Architectural & Design Studio, uma das mais importantes granjas que integravam o couto do Mosteiro Cisterciense de Santa Maria de Salzedas.
A intervenção envolveu também a reabilitação dos caminhos, das estruturas em granito de suporte dos socalcos e de captação e distribuição das águas de rega.
O Prémio Vilalva foi criado em homenagem ao filantropo Vasco Vilalva e teve este ano o foco na recuperação de jardins.