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“Quis fazer um documentário puro e duro com a minha mãe, em representação das costureiras”

Percebeu no domingo que a semana que ia entrar era a última de trabalho da mãe, Hortência Coelho, que nos últimos 47 anos foi costureira de profissão.

Para Tiago Cerveira, com 27, era aquela a oportunidade para registar em filme a história da sua mãe e, com ela, fazer uma homenagem às muitas costureiras que, no concelho, fazem fatos para todo o mundo.

 

Resultou em ” Factos dos Fatos” e a aceitação não podia ser melhor. “Pelo feedback que estou a ter, posso perceber que o filme está a marcar muita gente”, referiu em entrevista à Rádio Boa Nova o jovem de Travanca de Lagos, com formação na área do audiovisual, já habituado a surpreender os oliveirenses e gentes da região com histórias da vida real e homenagens no âmbito do projeto “O Meio e a Gente”.

A protagonista do filme/documentário é a mãe, Hortência Coelho. “Mas podia ser a mãe de um amigo de infância. Quase toda a gente tem alguém ligado ao setor. Representa a quantidade de mulheres que, ao longo de todos estes anos, têm trabalhado nessa indústria e têm destacado Oliveira do Hospital nas confeções”, afirmou à Rádio Boa Nova. Ao contar em filme a história de 47 anos de trabalho da mãe, seguindo a cronologia do seu último dia de trabalho na unidade de confeções Mundiveste, Tiago Cerveira quis “homenagear todas as costureiras. “Percebi que tinha em minha casa uma história muito bonita. Movi contactos com a Mundiveste. Na sexta feira, lá estava eu às 06h30 para registar a última rotina do que (a minha mãe) fez em 47 anos para ganhar o pão de cada dia e ajudar a criar a família que tem”.

No filme, garante que “tudo é natural”, com exceção da primeira imagem com o telemóvel a despertar, porque não estava no quarto quando a mãe acordou. “Tudo o resto é a cronologia do último dia dela, de 47 anos de trabalho”, refere o produtor que, pela primeira vez no habitat profissional da mãe constatou a amizade e relação com as colegas de trabalho. O filme também demonstra o apreço da entidade patronal, a Mundiveste, que agradeceu toda a dedicação de Hortência Coelho.

O filme teve direito a ante estreia em casa. “Toda a gente se emocionou e foi um momento bonito de família”, conta Tiago Cerveira.

Com este “Os Factos dos Fatos”, Tiago volta a surpreender pela história que apresenta e sentimento que emprega em cada trabalho. A isso já foi habituando com “O Meio e a Gente”, projeto através do qual dá o seu ponto de vista. “Faço com empenho e sentimento. De forma desinteressada, amadora e apaixonada”.

Com 27 anos, Tiago Cerveira foi operador de imagem na Centro TV. Emigrou para a Alemanha e não tardou em regressar às origens. Em Coimbra, integra agora o gabinete de marketing de uma cadeia de ginásios, tendo a responsabilidade de produzir os conteúdos audiovisuais da marca.

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