A Queijaria do Lameiras, em Vila Franca da Beira, no concelho de Oliveira do Hospital é um nome de referência no que à produção do Queijo Serra da Estrela DOP diz respeito. O caminho passa pela certificação que é “garantia de qualidade”.
Na Queijaria dos Lameiras o momento é de preparação para a 26ª Festa do Queijo Serra da Estrela de Oliveira do Hospital que se realiza no fim de semana de 11 e 12 março. A queijeira, Paula Lameiras, assegura: “há muito bom queijo”. A qualidade está, assim, assegurada, notando, a queijeira que este está a ser um ano “um pouco complicado”, com “pouco leite” porque está a ser “um ano seco” e com “poucas pastagens”. As últimas chuvas, refere, já não vêm a tempo. “Temos menos queijo, mas de grande qualidade”, refere a responsável à Rádio Boa Nova.
Em anos anteriores, a queijeira já levou para a Feira entre 300 a 400 queijos. A venda foi sempre total. Afinal, está em causa uma maravilha da gastronomia portuguesa e um dos melhores queijos do mundo. O queijo Serra da Estrela, o genuíno, tem sido valorizado pela “Queijaria dos Lameiras” que, ano após ano, tem apostado na certificação de quase todo o queijo ali produzido. “Tento certificar o mais possível. Só não certifico o que não tem peso”, sublinhou à Rádio Boa Nova a mulher que, por sua conta é queijeira há 25 anos, mas sempre lidou com a feitura do queijo. “Já a minha avó fazia queijo e a minha mãe também”, contou, referindo que também a família do marido sempre se dedicou a este setor. Atualmente, Paula Lameiras, trata do queijo. O marido, João lameiras, é o responsável pelo ovil e o sogro, António Lameiras, conduz diariamente o rebanho de cerca de 100 ovelhas pelo pasto. Toda uma família dedicada às ovelhas e à produção do bom queijo Serra da Estrela. “É uma vida complicada”, desabafa.
As ameaças ao setor surgem da concorrência desleal que é feita por outros queijos que se fazem passar por queijos Serra da Estrela. Daí a importância da “certificação” que “é uma mais valia”. “Queijo curado toda a gente tem”, refere Paula Lameiras que tem a lamentar os custos da certificação, agora minimizados com a decisão do município oliveirense de apoiar as queijarias no processo de certificação. “Para nós é uma mais valia”, sublinha. Para a queijeira é igualmente fundamental a informação da proveniência do leite na rotulagem de outros queijos. Sem essa informação “as pessoas acreditam que o leite é da região, quando não é. Boa parte será espanhol e de outros sítios”.
Às portas da Feira do Queijo de Oliveira do Hospital, Paula Lameiras revela-se confiante no certame. “Vem muita gente que já nos conhece e que sabe onde estamos. É a época de maior venda e publicidade do nosso queijo”, sublinha.