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“Quando eu era miúdo…”

“Quando eu era miúdo” é a nova rubrica que pretende explorar as memórias de infância de várias gerações… Quais os desenhos animados que mais via? Qual é a brincadeira de criança de que mais tem saudade? Qual era o seu brinquedo favorito? 

“Quando eu era miúdo” é então uma conversa repleta de memória e saudade, de carinho e graça, numa procura por respostas sobre a infância de tão distintas gerações. Para ouvir na Rádio Boa Nova à terça-feira às 16h15, à quinta-feira às 08h30 e à sexta-feira às 21h00.

Nesta primeira semana, Maria do Carmo Silva, enfermeira com 50 anos.

Lembra-se do primeiro desenho-animado que viu? Qual é que lhe ficou mais na memória?

Eu tenho ideia de uns desenhos que davam ao fim da noite, ou no início da noite, que eram o “enviar para a cama”.

Era engraçadíssimo e tinha uns bonequinhos muito giros e ficou-me até hoje, inclusive os pobres dos meus filhos levaram com a cantilena quando eram pequeninos e acabaram por decorar a cantiga.

Qual é a brincadeira que tinha em criança de que mais tem saudade?

Eu lembro-me com muito carinho de jogar às escondidas. Nesta altura de Verão, eu vivia numa aldeiazita pequenita e havia muitos miúdos na minha rua. Nós brincávamos toda a tarde quando estávamos de ferias, íamos jantar e depois de jantar voltávamos a brincar.

Qual era o seu brinquedo favorito?

Não sei se era o meu brinquedo favorito, foi o brinquedo que mais gostei de ter!

Havia já na minha altura barbies, claro que os meus pais não tinham dinheiro para me comprar uma barbie, então havia assim uma versão produto-branco, que na altura não se falava, que eram as tuchas.

Eram assim uma versão da barbie mais baratucha. Por isso se calhar é que se chamam tuchas!

Qual é a publicidade/reclame que passava na televisão ou na rádio que não lhe sai da cabeça desde a sua infância?

Esta tive dificuldade em responder, porque eu lembrava-me, mas já não sabia o que é que era. Eu só me lembrava de uma parte do reclame que dizia “De gasolina mal precisam, e oficina nem pensar”, e sabia que tinha a ver com um carro.

Qual foi a maior tramoia que arranjou quando era criança?

Eu era bem-comportada… Nós portávamo-nos bem, muito bem… Sempre… Agora, nós não temos a culpa da nossa mãe ser assim meia patareca.

A minha mãe comprava os presentes de Natal e nós, espertalhões, íamos tirar a fita-cola, abrir os presentes, ver o que é que lá estava e depois voltávamos a fechar. No dia de Natal fazíamos uma cara de grande surpresa, como se não soubéssemos de nada!

Outra tramoia… A minha mãe tinha o hábito de comprar aqueles chocolatitos que se penduram na árvore de Natal e nós abríamos, comíamos o chocolate e depois conseguíamos fechar novamente a prata que envolvia o chocolate, de maneira que assim a olho, aquilo parecia estar intacto.

Quando ela nos dizia que podíamos ir tirar um chocolate, nos tirávamos aquele, para fazer de conta. Umas vezes comíamos outro, outras vezes não comíamos, que era para conseguir deitar aquela prata usada para o lixo, para ela não desconfiar.

Ela só descobriu já tínhamos nós 20 e tal anos, foi uma tramoia muito bem conseguida.

Rita Tavares (Jornalista Estagiária)

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