“Quando eu era miúdo” é a nova rubrica que pretende explorar as memórias de infância de várias gerações. Quais os desenhos animados que mais via? Qual é a brincadeira de criança de que mais tem saudade? Qual era o seu brinquedo favorito?
“Quando eu era miúdo” é então uma conversa repleta de memória e saudade, de carinho e graça, numa procura por respostas sobre a infância de tão distintas gerações. Para ouvir na Rádio Boa Nova à terça-feira às 16h15, à quinta-feira às 08h30 e à sexta-feira às 21h00.
Neste quarto episódio, Catarina Duarte, estudante de 21 anos.
Lembra-se do 1º desenho-animado que viu? Ou o desenho-animado que mais lhe ficou na memória?
Lembro-me perfeitamente de assistir à Pipi das Meias Altas enquanto ainda estávamos no infantário, também o Marco & Gina.
Ou então, assim mais recente, o Phineas e Ferb, que já era mais comercial.
Qual é a brincadeira que tinha em criança de que mais tem saudade?
Quando nos reuníamos todos durante as férias de verão, e eram sempre novas crianças da nossa idade a chegar a Aldeia.
Íamos sempre brincar às escondidas ou à apanhada. Esse tipo de atividades mais ativas e não tão fechados em casa, como infelizmente se vê mais nos dias de hoje.
Qual era o seu brinquedo favorito?
O primeiro brinquedo assim realmente mais interessante que os meus pais me deram foi o Nenuco que pertencia ao consultório do médico, que vinha todo equipado com uma mala, gesso, balança, utensílios...
Foi dos Nenucos que mais me marcou, apesar de medicina nunca ser um grande sonho meu, mas em termos de brincar, sempre gostei muito.
Qual é a publicidade que passava na televisão ou na rádio que não lhe sai da cabeça desde a sua infância?
Acho que uma das publicidades que me lembro mais, e acredito que toda a gente se lembre, será o Ferrero Rocher.
Porque ainda é, nos dias de hoje, uma grande referência.
Qual foi a maior tramóia que arranjou quando era criança?
Parti o braço enquanto brincava ao “Capuchinho Vermelho” com o meu irmão, o que me fez andar de gesso durante um mês!
Hoje está tudo bem e foi apenas uma dor de passagem.
Cresceu com quantos irmãos? Como foi a vossa infância, brincavam juntos?
Cresci com um. Eu tenho sete anos de diferença do meu irmão, logo, isso acabou por criar ali um ligeiro distanciamento em termos de brincar, tendo em conta que, estava eu na minha infância, estava ele na sua adolescência. Ele queria era estar com os amigos dele, e eu queria era brincar.
Quando estávamos só nós os dois, ou quando íamos para a quinta, acabávamos por brincar. Jogava à bola com ele, faziamos competição de carrinhos… Foi uma boa infância.
Qual é a diferença que nota nas crianças de hoje, para a infância da sua altura?
Acho que também depende muito de como as crianças ainda são criadas, os meios e os locais onde são criados. Mas tende-se muito a perder a convivência entre as crianças, hoje em dia, e cada um a ser mais individualista, porque ficam em casa, ficam a brincar com os seus jogos. Sinto que não vejo tantas crianças a conviver.
Acho que há uma discrepância entre a maneira de como elas eram antes e como são hoje em dia, principalmente em termos de brincadeiras e de jogos.
Hoje as brincadeiras acabam por estar muito ligadas às tecnologias do que estavam antigamente, como é o caso do famoso TikTok, onde as crianças passam a vida a fazer danças. Nós antes nunca teríamos isso, se calhar sim, dançávamos, mas eram as músicas que passavam na televisão, e fazíamos os nossos mini-concertos, e quando estávamos com as amigas… Acho que isso acaba por mudar um bocadinho.
Rita Tavares (jornalista estagiária)