O PS alcançou este domingo a maioria absoluta na Assembleia da República, com 41,6% dos votos e 117 deputados eleitos. A maioria absoluta foi um dos pedidos feitos por António Costa aos portugueses no início da campanha eleitoral.
O PS conseguiu uma vitória histórica nas legislativas de domingo, alcançando a maioria absoluta e uma vantagem superior a 13 pontos sobre o PSD, numa noite que consagrou a extrema-direita do Chega como a terceira força política do parlamento.
Com 41,7% dos votos e 117 deputados no parlamento, quando faltam atribuir apenas os quatro mandatos dos dois círculos da emigração, António Costa alcança a segunda maioria absoluta da história do Partido Socialista, depois da de José Sócrates em 2005, deixando de depender dos antigos parceiros da ‘Geringonça’ ou de quaisquer outros para aprovar Orçamentos do Estado ou outras leis na Assembleia da República.
Costa consegue não só resistir ao desgaste de seis anos de governação socialista, mas também superar todas as expectativas criadas durante a campanha eleitoral, desde logo as das sondagens, que reiteradamente apontavam para um “empate técnico” entre PS e PSD.
Numa noite “especial” para o Partido Socialista, António Costa prometeu não governar sozinho apesar de ter conseguido uma maioria absoluta.
De acordo com o secretário-geral do PS, a vitória foi da “humildade, da confiança e da estabilidade”.
“Os portugueses mostraram um cartão vermelho a qualquer crise política. Manifestaram o seu desejo de, nos próximos anos, contarem com estabilidade, certeza e segurança – um rumo certo para o nosso país”, afirmou no discurso de vitória.
Durante a campanha, António Costa disse ter ouvido os portugueses e considera-se agora capaz de interpretar a vitória como “um voto de confiança e enorme responsabilidade”, com foco em promover consensos na Assembleia da República e em sede de concertação social.
Questionado sobre o diálogo com os outros partidos, António Costa garantiu que, assim que tomar posse como primeiro-ministro, irá convocar todos os partidos para conversações, menos o Chega, a terceira força política que sai destas eleições.
Já sobre os perigos da maioria absoluta, o líder socialista disse que ele próprio será o garante de que não será pisado nenhum risco.
“O PS tem consciência que esta maioria só foi possível porque se juntaram aos socialistas muitos milhares de votos de diferentes origens políticas, mas que entenderam que o PS podia garantir estabilidade no país. Saberei interpretar fielmente o mandato que me foi conferido pelos portugueses”, sublinhou.
Quanto à relação com o Presidente da República, António Costa destacou o “longo período” em que Marcelo Rebelo de Sousa, o Parlamento e o Governo mantiveram um entendimento “pacífico e construtivo”.