António Costa apresentou, esta manhã, a sua demissão do cargo de primeiro-ministro. “Obviamente apresentei a minha demissão ao Presidente da República”, afirmou há instantes na declaração em São Bento.
“Ao longo destes quase oito anos em funções como primeiro-ministro dediquei-me de alma e coração a servir Portugal e os portugueses”, começou por dizer afirmando que estava disposto a continuar a cumprir o mandato até ao seu termo.
Em causa está o processo-crime instaurado contra si no Supremo Tribunal de Justiça. “Não me pesa na consciência a prática de qualquer ato ilícito ou censurável”, diz. “A dignidade das funções de primeiro-ministro não é compatível com qualquer suspeição sobre a sua integridade, boa conduta e menos ainda a suspeita de prática de acto criminal”.
Acaba a declaração com agradecimentos a todos os que integraram o seu Governo, aos partidos da oposição, aos partidos da “geringonça” e ao PS. E também à sua família. “É uma etapa da vida que encerro de cabeça erguida e com consciência tranquila”.
Segundo a Procuradoria-Geral da República, o primeiro-ministro é alvo de uma investigação autónoma do Ministério Público num inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça Esta informação surge na sequência de uma operação sobre negócios do lítio e do hidrogénio verde.
De manhã, o presidente da república recebeu António Costa a pedido deste, na sequência de buscas em gabinetes do Governo, incluindo na residência oficial de São Bento, visando o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, que foi detido para interrogatório.
O jornal Público noticiou esta manhã buscas da PSP em diversos ministérios e na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento.
O mesmo jornal adiantou que já foram detidos o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, o consultor próximo de Costa, Diogo Lacerda Machado, e o presidente da Câmara de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas, assim como dois executivos de empresas.