Luciano Ribeiro, Presidente da Câmara Municipal de Seia, reiterou ontem à tarde, durante a visita a Seia do Chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, que o plano de revitalização da serra da Estrela, anunciado pelo Governo na sequência dos grandes incêndios do Verão, deve verdadeiramente ser “transformador” para a região e ir além das medidas anunciadas, de modo a contribuir para a diversificação da economia e da recuperação dos valores naturais e humanos da serra da Estrela.
Com o Ministro da Administração Interna e o Presidente da República na primeira fila, o autarca senense falou no decorrer da sessão de apresentação do Dispositivo Conjunto de Proteção e Socorro da Serra da Estrela, que teve lugar na Casa Municipal da Cultura de Seia, onde sublinhou a importância ambiental, social e económica da serra da Estrela e apelou à inclusão no plano de revitalização de medidas mais ambiciosas e de discriminação positiva.
Entre os inúmeros desafios com que a região se depara, Luciano Ribeiro frisou as dificuldades que se continuam a verificar ao nível das acessibilidades e a regressão demográfica, defendendo neste contexto a criação de uma “zona económica especial”, com o propósito de tornar o território competitivo, em termos fiscais e aduaneiros, contribuindo para a reindustrialização da Europa e para a exportação de serviços digitais, que promova a fixação de pessoas (que só é possível com economia).
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, falou de “um momento de viragem, uma oportunidade que deve ser aproveitada”. Em referência aos incêndios, disse que “o plano integrado para a prevenção e combate é uma necessidade, que agora tem a oportunidade de dar o salto”. O plano que está a ser definido deve congregar as lições do passado, e “obriga a um reforço de meios e capacidade”, sendo que “as estruturas que previnem e as que combatem devem ser diferentes, na sua perceção e atuação”.
Indo de encontro ao referido pelo edil senense, reconheceu que a “área da serra da Estrela tem acessos difíceis”, de forma diferenciada, e que estes são fundamentais para a atratividade do território, em especial no plano económico, amplamente ligado à demografia, “ou há economia, se não o há, não há fixação de pessoas”, referiu.
Corroborando Luciano Ribeiro, disse que “esta é uma ocasião para ser despertada uma outra visão da serra da Estrela”, e que o pode ser através de um plano “integrado” e “transformador”, económico e social para a serra da Estrela. “Não podemos deixar cair os braços”, “as transformações têm que acelerar”, rematou.