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Preocupação com “urgências” marca 72º aniversário dos Bombeiros de Lagares da Beira

O fecho do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital e a dificuldade em prestar o melhor socorro às populações marcaram, ontem,…

… a comemoração do 72º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários (AHBV) de Lagares da Beira.

A vitalidade da corporação de bombeiros, composta por 46 elementos, e que tem em atividade uma escolinha de bombeiros e a fanfarra já com 41 anos, sobressaiu por ocasião da comemoração dos 72 anos. A pensar no melhor socorro à população, a Associação Humanitária procedeu à aquisição de uma nova ambulância de transporte de doentes, financiada em 50 por cento pelo município de Oliveira do Hospital e ainda à troca de três antigas viaturas de combate a incêndios por uma viatura mais recente e por isso com maior capacidade de resposta. A data ficou ainda marcada pelas habituais condecorações e promoções, atribuições de diplomas e emblemas de prata e ouro, distinções de louvor e de benemerência, assim como a atribuição do prémio Manuel Gouveia Serra à bombeira Andreia Brízida, cujo montante de 750 euros fez questão de oferecer à Escolinha de Bombeiros para aquisição de equipamento. A título póstumo, a direção homenageou o diretor falecido Luís Alberto, conhecido por “Beto”.

Na comemoração do primeiro aniversário após o grande incêndio, este foi tema marcante. Porém, a preocupação maior da corporação, partilhada pelo comando e direção, assenta no fecho do Serviço de Atendimento Permanente do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital. “Nos fogos de Pedrógão foi dado tudo. Aqui tiraram-nos tudo. O SAP acabou por encerrar”, verificou o comandante António Pinto, lamentando ainda que o serviço de urgências que foi criado na FAAD “não seja reconhecido como posto de urgência pelo CODU”. “Preocupa-me pelas pessoas”, referiu o responsável.

Em causa está “um constrangimento grande” que “obriga a um esforço enormíssimo” aos bombeiros de Lagares da Beira e é motivo de “preocupação”. Para o presidente da direção, António Goncalves, “em 2018, isto não tem explicação”, a não ser “a explicação financeira”, mas que já resultou numa diminuição de faturação para a Associação Humanitária na ordem dos 18.500 Euros. À redução de faturação junta-se ainda a “preocupação” com as populações que não estão a receber os cuidados que merecem. “Temos 2018 associados, mas não lhes damos nada. Agora chegamos a Coimbra e temos que descarregar as pessoas, como se descarregam animais. É impossível dizer que somos soldados da paz”, denunciou António Gonçalves.

Por várias vezes visado pelo apoio que tem dirigido à AHBV de Lagares da Beira, o presidente da Câmara Municipal disse que a questão da saúde é “a área mais preocupante”, defendendo que Oliveira do Hospital deve ter “um SAP 24 horas, um serviço com qualidade”. E José Carlos Alexandrino não hesita em atribuir responsabilidades no fecho do SAP e que diz não serem exclusivas do governo. “São alguns profissionais de saúde de Oliveira do Hospital que demagogicamente dizem que defendem a saúde para todos. Mas foram eles que fizeram com que o SAP fechasse. Esses médicos de Oliveira do Hospital e não foi o José Carlos Alexandrino”, referiu o autarca que defende a criação de um SAP 24 horas “na FAAD e não no Centro de Saúde porque temos raio x, análises e não precisamos de ser um entreposto para Arganil ou Coimbra”.


Na comemoração dos 72 anos, a Associação Humanitária contou com a presença e palavras de apoio e reconhecimento do presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Coimbra, Fernando Carvalho, o vice-presidente da Liga de Bombeiros Portugueses, Marco Braga, o segundo Comandante Distrital de Operações de Socorro, Nuno Seixas, a Presidente da Junta de Freguesia de Lagares da Beira, Olga Bandeira, entre outros. Na ocasião, Clarisse Pires, presidente da Assembleia Geral da Associação Humanitária recordou a importância de fundadores e diretores, bombeiros e todos quantos tornam possível o trabalho desenvolvido pela corporação. Notou, porém, a necessidade de o Estado criar adequadas verbas institucionais previstas em Orçamento de Estado para que os bombeiros não tenham que continuar a “pedinchar”, assim como disciplinar as entidades com as quais estão instituídos protocolos para o pagamento atempado das respetivas verbas. António Gonçalves, presidente da direção, referiu que o último pagamento feito pelos Hospitais de Coimbra à Associação Humanitária remonta já aos meses de julho ou agosto do ano passado.

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