Os jogadores do Futebol Clube de Oliveira do Hospital (FCOH) recusaram treinar na segunda-feira (16). Segundo avançou inicialmente o Record, em causa estava o atraso no pagamento dos salários. Seguiu-se uma reunião com a direção do clube, onde foi discutida a situação financeira do clube, o atraso no pagamento de salários e também o momento desportivo, já que a equipa leva duas derrotas consecutivas. Contudo, e de acordo com o Observador, plantel e equipa técnica emitiram um comunicado face a esta situação.
Segundo o Observador, que cita o comunicado, o plantel e equipa técnica afastam a ideia de greve, mas sublinham que a decisão de não treinar não esteve unicamente relacionada com a ausência do pagamento de salários. “Contrariamente às notícias publicadas em órgãos de comunicação social, todo o plantel e equipa técnica do Futebol Clube de Oliveira do Hospital vem, através do presente comunicado, negar qualquer tipo de ‘greve’ devido ao ‘atraso no pagamento de salários, de cerca de dez dias’”, lê-se na nota.
“A decisão do plantel e respetiva equipa técnica de não treinar na passada segunda-feira, dia 16, deveu-se a todas as promessas e garantias dadas aos jogadores e equipa técnica, ao longo da época, e que não estavam a ser cumpridas. Toda a decisão do grupo de trabalho foi tomada com base na falta de justificações, da parte da administração da SAD, para o incumprimento das mesmas. Devido à consideração e ao esforço realizado por parte da Direção do Clube, presidida pelo Presidente Mário Brito, não foi uma decisão tomada de ânimo leve”, acrescenta o comunicado, vincando desde logo a distância entre o clube, liderado por Mário Brito, e SAD apresentada em agosto de 2023, que tem João Santos como CEO.
Ao Observador, fonte do Oliveira do Hospital explicou que a decisão de não realizar o treino de segunda-feira esteve relacionada com a inexistência das refeições que estão contratualizadas e que o clube garante aos jogadores em dia de treino. “Não teve nada a ver com os dez dias de atraso, até porque não são dez, são sete. A SAD deu garantias, condições mínimas, que têm acontecido. Incluindo as refeições. E ninguém avisou, ninguém disse nada. Havia jogadores com um ovo cozido no estômago. E o plantel decidiu não treinar”, referiu, sublinhando que o treino de terça-feira decorreu sem percalços.
“Houve uma reunião com a direção do clube e não com a SAD. Foi feito um pacto de confiança entre todos, em como não iria haver nenhuma saída para a comunicação social, e depois apareceu isto [notícia do jornal Record]. O plantel sentiu-se ridicularizado porque não é verdade. É impensável algum jogador, alguma pessoa, ir trabalhar sem ter almoçado. Por isso é que não houve treino, não havia condições mínimas. O comunicado foi para explicar o porquê de não ter havido treino, não foi pelo salário. Foi pela ausência de garantias e pela falta de justificação”, acrescentou a fonte ligada ao clube, vincando que a SAD não marcou presença na tal reunião e que o diretor desportivo está “ligado” à sociedade.
Dentro do Oliveira do Hospital, reina a ideia de que ninguém quer “uma guerra aberta” com a SAD, já que o plantel só quer “limpar a própria imagem” e “marcar uma posição para a SAD perceber que não está tudo bem”. “Os jogadores receberam chamadas a dizer que eram parvos, porque não foram treinar com 10 dias de atraso e há quem não receba durante meses, mas foi pela falta de garantias e condições mínimas”, foi referido ao Observador, para além da certeza de que Mário Brito terá garantido “não saber de nada”, mas manter-se ao lado do plantel e da equipa técnica.
Texto: Observador