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Peritos propõem alterações à avaliação de risco. Decorre a reunião no Infarmed

Governo, Presidente da República e partidos estão hoje reunidos com os especialistas para avaliar a situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal, na sede do Infarmed, em Lisboa.

André Peralta Santos, da Direção-Geral da Saúde (DGS), deu início à reunião do Infarmed, onde anunciou que a incidência é superior a 400 casos por 100 mil casos, com uma média diária de casos de três mil.

“A velocidade de aumento tem vindo a diminuir e a tendência é neste momento ligeiramente crescente a estável”, afirmou.

O especialista acrescentou que os focos de maior incidência são na Área Metropolitana de Lisboa (AML), na Área Metropolitana no Porto (AMP) e Algarve.

André Peralta Santos, da Direção-Geral da Saúde (DGS) destacou que é “muito notória” a redução do risco de hospitalização e de morte entre os infetados já vacinados.

O especialista garante que os internamentos e a mortalidade “têm observado tendência crescente, se bem que muito atenuada por aquilo que é o esforço de vacinaçao”, já que. em enfermaria, predominam as pessoas que ainda não estão vacinadas (só 2% dos internados já estavam vacinados).

Peralta Santos referiu ainda que há já uma tendência de estabilização na incidência em Lisboa e no Algarve, sendo que estas regiões poderão estar agora a atravessar ou já ter atravessado o pico da quarta vaga.

Ana Paula Rodrigues, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) fala de uma “epidemia a diferentes velocidades” e defende que é importante ter em causa o “aumento do número de internamentos em UCI de adultos jovens em relação ao número de casos observados”.

Ainda assim, reconhece que a taxa de mortalidade nas pessoas mais velhas é superior em pessoas não vacinadas.

João Paulo Gomes, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, focou-se na questão das variantes. O especialista refere que a variante Delta “tem representação nacional de cerca de 98,6%” e é superior a 95% em todas as regiões do país. Além disso, é a variante dominante em todos os países da União Europeia.

Quanto à variante Lambda, há ainda apenas dois casos no território nacional, pelo que esta variante não é “um motivo de preocupação no nosso país”.

Também do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, Ausenda Machado revela que a efetividade da primeira dose da vacina é de 37% para a população entre os 65 e os 79 anos e de 35% para maiores de 80.

Com as duas doses da vacina, há pelo menos 14 dias, a efetividade aumenta para os 78% na população dos 65 aos 79 anos e para os 68% na população com mais de 80 anos.

Andreia Leite, da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, propôs alterações à avaliação de risco, ainda que mantendo os indicadores de transmissibilidade e incidência como indicadores centrais.

Ainda assim, diz a especialista, “consideramos estar em condições de atualizar os limiares de incidência”, assim como o “limiar de internamentos em cuidados intensivos”. Andreia Leite propõe ainda Há condições de atualizar “limiares de incidência” para 480 casos por 100 mil habitantes.

“Estes limiares devem ser revistos periodicamente, de acordo com a evolução da situação”, defendeu. “A cobertura vacinal deve ser utilizada como indicador de planeamento do desconfinamento, uma vez que os efeitos da vacina se vão refletir noutros indicadores.”

Raquel Duarte, da ARS Norte e do INSA, insiste em que se mantenham algumas medidas como o certificado digital, a ventilação adequada dos espaços e a utilização da máscara em locais fechados, eventos públicos e sempre que não seja possível manter o distanciamento.

Em grandes eventos exteriores, Raquel Duarte destaca a importância de manter lugares determinados, estabelecer circuitos bem definidos. Caso contrário, estes não devem realizar-se nos níveis de risco 1 e 2.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, a ministra da Saúde, Marta Temido, e representantes dos partidos políticos estão a ouvir as intervenções de diversos especialistas.

Num momento em que o país tem registado nas últimas semanas máximos de novos casos, internamentos e óbitos desde março, quando o país deixava a pior fase da pandemia, o Governo tem reiterado que apenas vai tomar decisões após escutar os pareceres dos peritos.

com:noticiasaominuto.com

Acompanhe aqui a reunião:

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