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Peritos alertam para incêndios semelhantes ou piores aos de 2017

O risco de incêndios semelhantes ou piores aos que ocorreram no ano passado tem tendência para aumentar, tal como alertaram peritos norte-americanos que hoje defenderam que “não há tempo a perder” em Portugal.

Segundo o relatório apresentado hoje no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa, “sem uma intervenção séria e imediata, Portugal pode esperar uma situação pior do que em 2017”.

Segundo os especialistas, só uma intervenção internacional em massa é que conseguirá conter as chamas.

“Na próxima década, sem uma intervenção sustentável e de longo prazo, é previsível um risco crescente de um ano extremo de incêndios, consumindo 500.000 hectares ou mais”, diz o relatório.

Mark Beighley sintetizou que “os portugueses são o problema e por isso podem ser a solução”, considerando que o número de fogos iniciados por milhão de habitantes é absurdo, sendo que “a percentagem de fogos com origem humana ronda os 98 por cento”.

O descuido e a negligência juntam-se a “um oceano de combustível inflamável” e às alterações climáticas que tendem a agravar o calor e a seca, disse Mark Beghley, que estudou o panorama dos incêndios em Portugal pela primeira vez em 2004, verificando que “nada substancial mudou”. “A única coisa que vi foi aumentar o número de aviões, helicópteros e meios de combate ao fogo. Isso pode ajudar num ano normal, mas não resolveu o problema”, disse.

As soluções propostas incluem bombeiros profissionalizados, mais jovens, mais bem pagos e com carreiras atrativas para uma profissão que é “fisicamente exigente” e que é mais necessário no interior do país.

Os especialistas referem que, no ataque aos fogos, as florestas e terrenos cuidados e limpos devem ter prioridade sobre os abandonados.

A paisagem florestal deve ser “um mosaico” de diferentes espécies e de árvores de diferentes idades, o que ajuda a abrandar a progressão de fogos.

No que diz respeito a reacendimentos, o especialista que os bombeiros não conseguem apagar definitivamente todos os fogos, defendendo que as Forças Armadas podem ser fulcrais na vigilância e rescaldo.

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