A casa da Irmandade do Senhor das Almas, junto à EN17, no concelho de Oliveira do Hospital está por estes dias convertida em ponto de abrigo para os…
… peregrinos de Fátima. É assim há 13 anos seguidos pela força do grupo de voluntários que, hoje, dá por nome: “Stop Solidário”.
É de facto solidariedade aquilo que cerca de 300 peregrinos ali encontram, ano após ano. Esta manhã a Rádio Boa Nova encontrou um grupo que ontem partiu da Guarda e Celorico. Amélia Manso, de 54 anos, integra o grupo e disse-se motivada pela fé que tem em Nossa Senhora, embora assuma não ser católica praticante.
Com 70 ano, Deolinda Paiva é estreante na peregrinação a Fátima. “Chegou a altura” referiu à Rádio Boa Nova, mostrando-se confiante na boa chegada ao Santuário.
A Susana Almeida, com 43 anos, move-a uma “motivação inexplicável”. No segundo dia de caminhada mais vontade tem de chegar e de voltar a fazer a peregrinação. Com a berma da estrada como trajeto, Susana Almeida lamenta que não haja cuidado por parte dos municípios para as desimpedir.
Celeste Paiva não esconde a alegria por, passados 11 anos, retomar o caminho de Fátima. Conta que o faz para agradecer a “felicidade” que Nossa Senhora lhe tem concedido seja no casamento e com os filhos. As dores do corpo “são secundárias”.
A boa recuperação de um problema oncológico motiva Maria de Lurdes, com 50 anos. “Está a correr bem e tenho que agradecer a Nossa Senhora que me tem apoiado e ajudado”, frisou.
Pelo abrigo do senhor das Almas têm passado, desde o dia 5 de maio, peregrinos de várias localidades. Hélder Trigo, de 35 anos, saiu na sexta feira de Vila Flor. Hoje no Stop Solidário contou que este é já o quinto ano seguido e que a ideia é continuar seja pela fé, seja pelo companheirismo que se cria.
À espera de centenas de peregrinos está, no Senhor das Almas um grupo de voluntários, entre médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, entre outros. Carina Silva já o faz há três anos seguidos. Também ela já foi a Fátima a pé e por isso se predispôs para ajudar com o que sabe fazer para minimizar o sofrimento dos peregrinos que por ali passam.
O Stop Solidário conta já com 13 anos. José Agostinho Nunes foi um dos mentores do projeto. Já foi peregrino e agora encara o apoio que presta como outra “caminhada a cuidar destas pessoas”. Ali as pessoas chegam “maltratadas” e partem “com mais esperança e vontade de caminhar”.
Este é contudo, um apoio, só possível graças à boa vontade de empresas e instituições que todos os anos auxiliam com medicamentos, bens alimentares, entre outros.