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Pedrógão Grande: um ano após o incêndio o “inferno continua”

Um ano após os incêndios que tiraram a vida a 66 pessoas, o presidente da Câmara Municipal de Pedrógão Grande faz um balanço que “nem é positivo, nem é negativo e adiantou que o “inferno continua”.

“O balanço nem é positivo, nem é negativo. Isto é uma caminhada que estamos a fazer desde a tragédia de junho de 2017”, disse Valdemar Alves à agência Lusa.

O autarca espera ainda que em julho todas as casas destruídas estejam entregues às vítimas. “Poderá falhar duas ou três [habitações], se falhar, atendendo a que os próprios proprietários não conseguiram um entendimento com o construtor e com os financiadores”, referiu.

Em relação aos apoios recebidos pelo Estado, Valdemar Alves mostra-se satisfeito e realça que é preciso ter consciência da potencialidade económica do país.

“Nós o que temos, o mais importante de tudo, uma riqueza dos portugueses, são os afetos que temos, uns com os outros. O dinheiro não é tudo, foi para as partes essenciais, e as coisas estão efetivamente a correr”, sustentou.

Valdemar Alves realça que passado um ano sobre a tragédia dos incêndios que afetaram o concelho de Pedrógão Grande, há toda uma caminhada a fazer, que vai durar anos.

“O dinheiro efetivamente ajuda, mas não há dinheiro para tudo. A desgraça foi muito grande, os prejuízos foram muito grandes, mas pronto, posso-me considerar nesse aspeto, satisfeito”, disse.

O autarca diz que não acredita no desenvolvimento do Interior tal como é “apregoado” por movimentos que muito falam em interioridade e sublinha que vai ter que viver com essa “tristeza”.

“O inferno continua e pronto, vamo-nos aqui aconchegando uns aos outros. O concelho ficou mais pobre. Já foi uma sina nascermos num concelho pobre para o resto do mundo. Fala-se muito em interioridade e movimentos, não acredito nas boas vontades nem nesses debates que se fazem. Toda a gente quer fazer bem, cada um dá a sua sentença. Não acredito no desenvolvimento do interior como eles apregoam”, concluiu.

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