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Pedrógão Grande: Coimas por falta de limpeza levam à venda de terrenos

Proprietários de terrenos na zona atingida pelo incêndio de Pedrógão Grande começaram a contactar imobiliárias para pôr terrenos à venda com medo das coimas por falta de limpeza.

Segundo João Filipe, agente imobiliário da região, há cerca de um mês, quando se começou a falar da limpeza dos terrenos e da aplicação de coimas a proprietários que não cumprissem a lei, registou-se um aumento de interesse na venda de prédios rústicos.

“Na altura, depois dos incêndios, estavam na expectativa de receber algum apoio ou não queriam simplesmente vender. Agora, como se fala em coimas, todos os dias recebemos telefonemas de pessoas que querem pôr propriedades à venda”, afirmou.

João Filipe refere que os proprietários pretendem vender os terrenos por diversas razões, nomeadamente por terem feito a limpeza ou pago por ela e agora “é como se não tivesse sido feita” por causa da chuva.

“Desanimaram”, refere, apontando como outras razões os poucos incentivos que há para reflorestação nessas propriedades rústicas, quer de cultivo, quer florestais.

De acordo com o João Filipe, atualmente recebe, em média, um telefonema por dia e dois proprietários vão até à agência pedir informações”.

“As pessoas não queriam vender as coisas dos familiares”, aclarou, considerando que o número de pessoas a querer vender prédios rústicos deverá continuar a aumentar.

Fernando Fernandes, agente imobiliário de outra agência da região, refere que não regista grande alteração nesse mercado mas nota que há cada vez mais situações “em que as pessoas quase que dão o terreno só para não terem a responsabilidade de os limpar”.

“Gastam 400 ou 500 euros para limpar, quando de dez em dez anos, se calhar o terreno dá 1.000 euros em madeira”, referiu.

Com: Lusa

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