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“Pedimos apoio igual. Há muitas pessoas que estão a ficar para trás” (com áudio)

Passados quatros meses desde o grande incêndio de 15 de outubro, a Associação de Vítimas do Maior Incêndio de Sempre em Portugal (AVMISP) insiste no tratamento “igual” para com os lesados da tragédia e que “não merecem ser tratados como portugueses de segunda”.

Num olhar aos quatro meses após o incêndio, Luís Lagos, presidente da AVMISP referiu em entrevista à Rádio Boa Nova que “o problema está sobretudo no conhecimento no terreno”. “Se da parte do Presidente da República sentimos conhecimento da debilidade da situação, da parte do Primeiro Ministro o problema está aí. Há falta de conhecimento”, afirmou o dirigente que no dia 9 de fevereiro reuniu com António Costa e mais recentemente, no dia 17, foi recebido em audiência no Palácio de Belém, por Marcelo Rebelo de Sousa.

Em quatro meses, Luís Lagos que lidera a AVMISP que foi criada em Oliveira do Hospital e reúne cerca de 300 associados de quase todos os concelhos afetados pelo grande incêndio, identifica desigualdades em relação aos apoios disponibilizados às vítimas em comparação com as vítimas de Pedrogão Grande. “Neste momento, a desigualdade que mais se faz sentir é no apoio às empresas”, verifica, alertando para o facto de estar em causa a sobrevivência de várias empresas afetadas pelo fogo e que são “a Auto Europa” do interior, e por consequência a manutenção de muitos postos de trabalho.

Num primeiro momento, pós incêndio, Luís Lagos destaca o “sentimento de abandono, pese embora a política de proximidade dos autarcas locais, por parte do governo central no apoio à agricultura e empresas”. Também destaca a “mágoa” em relação às vítimas mortais, a cujas famílias valeu a provedoria da justiça e a AVMISP. “Ajudámos a preencher muitos requerimentos”, conta Luís Lagos, notando que a associação representa 30 das 46 vítimas mortais de outubro. “A destempo” identifica também o apoio aos feridos, cujo processo “já deveria ter sido iniciado há mais tempo”. “As pessoas não deveriam estar à espera quatro meses”. Quanto recuperação das habitações, Luís Lagos entende que é preciso que se dê “gás” aos processos para que os lesados possam regressar às sua habitações em meio anos após o fogo, à semelhança do que está a acontecer em Pedrogão Grande.

Ao final de quatro meses e depois de a AVMISP ter sido ouvida pelo Primeiro Ministro e Presidente da República, Luís Lagos pode dizer que “já se encetou o diálogo para conseguirmos debelar algumas dificuldades e conseguirmos um conjunto de apoios que não estão adequados e precisam de ser melhorados”.

“As pessoas têm que renascer, mas não deixar ninguém para trás. Neste momento há muitas pessoas que estão a ficar para trás”, avisa o dirigente.

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