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Paulo Rogério defende o “Renascer das Cinzas” na Feira do Queijo de Oliveira do Hospital

Apesar de ainda não ter recuperado o seu efetivo animal que perdeu no grande incêndio de 15 de outubro e de, a esta altura, estar a trabalhar apenas a “50 por cento”, Paulo Rogério, proprietário da Queijaria Artesanal em Oliveira do Hospital, volta a marcar presença em mais uma edição da Feira do Queijo Serra Estrela.

 

Em declarações à Rádio Boa Nova, o conhecido produtor de queijo Serra da Estrela confirmou que vai estar a presente com os seus produtos, “sensivelmente 500 queijos” número que corresponde a “metade” em relação a edições anteriores, revestidos com o seu novo rótulo, “Renascer das Cinzas”.

A nova imagem dos queijos surge após o seu negócio ter parado cerca de um mês depois da catástrofe e das ajudas dos “grupos” oriundos de vários pontos do país. O “recomeçar” da sua atividade , ainda não na totalidade, “no fundo é o renascer”, conta Paulo.

A compra de “animais em fase de produção” foi a solução que o criador arranjou para regressar ao seu trabalho.

A “viver um dia de cada vez”, Paulo Rogério agradece a todos os que têm prestado ajuda, afirmando mesmo que “se não fosse a onda de solidariedade já não estava a trabalhar”.

Crente de que o setor da pecuária desde há muito que está “posto em causa”, Paulo Rogério aponta várias falhas que tem sentido. Para o criador é preocupante a “falta de jovens a ingressarem nesta área” e, para além disso, acusa os “mil problemas burocráticos” que surgem ao indivíduo que queira trabalhar.

“O setor não é atrativo e não sendo atrativo há um desinteresse das pessoas”, revela o responsável comparando os preços do queijo nos dias de hoje. “O setor não é tão rentável quanto parece ser”. Para Paulo Rogério é evidente a discriminação “a nível de apoio financeiro” na área, “até pela forma como os agricultores foram tratados”.

Beatriz Cruz (jornalista estagiária)

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