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País: PJ faz buscas no FC Porto, Portimonense e empresário por corrupção e lavagem de dinheiro

A Polícia Judiciária, em articulação com o DCIAP, tem em marcha esta manhã uma megaoperação de combate à corrupção desportiva, à fraude fiscal e ao branqueamento de milhões de euros nos negócios do futebol, cujos alvos são o Futebol Clube do Porto, a SAD do Portimonense e um empresário que faz a ponte entre os dois clubes.

Segundo notícia avançada pela TVI trata-se de Teodoro Fonseca, principal visado nesta investigação, que já decorre há três anos, e das buscas de hoje que são levadas a cabo pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção.

Um dos visados é também o presidente do FC Porto, Pinto da Costa, tal como a Sábado avançou e há ainda outros administradores da SAD do FC Porto a ser alvo de buscas.

O magistrado que está a acompanhar as buscas é o juiz Carlos Alexandre.

Em causa, suspeitas relacionadas com vários negócios entre os dois emblemas, como as transferências de jogadores como Danilo Pereira, Paulinho, Galeno, Fede Varela, Rafa Soares ou Everton. O processo nasceu de uma denúncia, em 2018, e corre termos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal, que concentra vários inquéritos relacionados com futebol. Também a verdade desportiva nos encontros entre Futebol Clube do Porto e Portimonense está em causa – com suspeitas de que os algarvios tenham propositadamente perdido jogos com os dragões para não os atrapalharem na disputa pelo título de campeão nacional. 

Teodoro Fonseca, que é o maior acionista da SAD do Portimonense, e é também acionista da SAD do Futebol Clube do Porto, mantém uma relação antiga com os dragões: foi o responsável pela transferência de Hulk para o Porto, em 2008, e pelo ingresso do avançado brasileiro no Zenit, da Rússia, quatro anos depois, por 40 milhões de euros. Desse negócio, recebeu uma comissão de 13 milhões, que dividiu, sem nunca ter revelado com quem.

A relação do empresário brasileiro com o Futebol Clube do Porto foi também um dos alvos do pirata informático Rui Pinto, através de documentos revelados pelo Football Leaks: Teodoro Fonseca foi, durante anos, uma das fontes de liquidez de curto prazo dos dragões. Em 2012, a sua empresa, For Gool, com sede em Londres, emprestou 4,5 milhões de euros ao clube por seis meses; e em 2015 emprestou mais 5 milhões com prazo similar. Em fevereiro de 2017, segundo os mesmos documentos, fez outro empréstimo de curto prazo ao Futebol Clube do Porto, no valor de 1,9 milhões, a reembolsar em seis meses e com um custo de 85 mil euros – o equivalente a um juro anual de 8,8%. Este financiamento aconteceu um mês depois de Teodoro assinar um contrato de intermediação com o Vitória de Guimarães: os vimaranenses acordaram pagar ao empresário 560 mil euros pela ajuda que deu na transferência de Tiquinho Soares para o Porto, por 5,6 milhões de euros.

Todos estes negócios estão também no radar do Fisco, a propósito das comissões milionárias que são pagas em sociedades offshore para fugirem à tributação em Portugal.

tvi24.iol.pt

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