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Ovinicultores queixam-se de excesso de burocracia e falta de valorização a grupo de trabalho do setor do leite

O excesso de burocracia e falta de valorização da fileira do leite dominaram as queixas dos ovinicultores que, hoje, contaram com …

… a visita dos deputados que integram o grupo de trabalho do setor do leite na Assembleia da República.
No concelho de Oliveira do Hospital, o grupo de deputados e responsáveis pela Ancose – Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Serra da Estrela, visitou a exploração de João Lameiras, em Vila Franca da Beira. Ali, tal como em outras explorações, António Ventura, deputado coordenador do grupo de trabalho do setor do leite verificou que as principais dificuldades se prendem com a “burocracia crescente” e a “necessidade de valorização do leite” que está diretamente associada ao rendimento do produtor e continuidade da atividade.


Também a integrar o grupo de trabalho, Maurício Marques mostrou-se sobretudo preocupado pelo facto de estar em causa um “um produto de inegável qualidade” que é o Queijo Serra da Estrela que “deve ser protegido”, por viada “diferenciação do preço”. Medidas como a “rotulagem” do queijo para que “o consumidor saiba o que está a comprar”  é uma das medidas que o grupo vai propor à Assembleia da República, tal como a eliminação da burocracia em torno da ovinicultura.

Em causa estão preocupações que não são novidade para a Ancose que, diariamente, sente junto dos cerca de 4000 associados o peso da “carga burocrática” e o “baixo preço do leite”. Constrangimentos que, na última década, levaram a uma redução de 30 por cento do efetivo animal, passando de 120 mil para 80 mil animais. “Constatamos que não há gente nova a ingressar nesta atividade”, refere Rui Dinis, técnico da Ancose, que nos últimos anos assiste ao definhar da atividade, porque “independentemente dos vários quadros comunitários, os apoios são para ir mantendo”.

Dificuldades sentidas por João Lameiras, com ovil certificado em Vila Franca da Beira e que conta com um rebanho de 100 ovelhas. Por dia, a esposa Paula Lameiras, produz uma dezena de queijos Serra da Estrela. A Feira do queijo “é uma boa oportunidade de negócio” para escoar o produto cujo preço não acompanha os custos de produção. O preço do leite, por exemplo, a “1,20 ou 1,30 Euros” é “muito barato”. Há 20 ou 30 anos já se pagava a 230 Escudos”, contou à Rádio Boa Nova o ovinicultor, que aos 48 anos conta com toda uma vida dedicada ao setor.

Foi do avô e do pai, António Lameiras, que o empresário herdou a apetência para a ovinicultura. Ao 75 anos, António lameiras, é o pastor que diariamente conduz as cerca de 100 ovelhas pelo pasto. “Saí da escola com 11 anos e andei sempre com ovelhas com os meus pais e continuei. Agora o meu filho também tem ovelhas e eu é que as guardo ainda”, refere com satisfação.

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