O excesso de burocracia e falta de valorização da fileira do leite dominaram as queixas dos ovinicultores que, hoje, contaram com …
… a visita dos deputados que integram o grupo de trabalho do setor do leite na Assembleia da República.
Também a integrar o grupo de trabalho, Maurício Marques mostrou-se sobretudo preocupado pelo facto de estar em causa um “um produto de inegável qualidade” que é o Queijo Serra da Estrela que “deve ser protegido”, por viada “diferenciação do preço”. Medidas como a “rotulagem” do queijo para que “o consumidor saiba o que está a comprar” é uma das medidas que o grupo vai propor à Assembleia da República, tal como a eliminação da burocracia em torno da ovinicultura.
Em causa estão preocupações que não são novidade para a Ancose que, diariamente, sente junto dos cerca de 4000 associados o peso da “carga burocrática” e o “baixo preço do leite”. Constrangimentos que, na última década, levaram a uma redução de 30 por cento do efetivo animal, passando de 120 mil para 80 mil animais. “Constatamos que não há gente nova a ingressar nesta atividade”, refere Rui Dinis, técnico da Ancose, que nos últimos anos assiste ao definhar da atividade, porque “independentemente dos vários quadros comunitários, os apoios são para ir mantendo”.
Dificuldades sentidas por João Lameiras, com ovil certificado em Vila Franca da Beira e que conta com um rebanho de 100 ovelhas. Por dia, a esposa Paula Lameiras, produz uma dezena de queijos Serra da Estrela. A Feira do queijo “é uma boa oportunidade de negócio” para escoar o produto cujo preço não acompanha os custos de produção. O preço do leite, por exemplo, a “1,20 ou 1,30 Euros” é “muito barato”. Há 20 ou 30 anos já se pagava a 230 Escudos”, contou à Rádio Boa Nova o ovinicultor, que aos 48 anos conta com toda uma vida dedicada ao setor.